São Paulo, domingo, 26 de novembro de 1995
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Passeata vai ter alas como escolas de samba

FERNANDO MOLICA
DA SUCURSAL DO RIO

Os promotores do Reage Rio buscaram nos desfiles de escolas de samba a inspiração para a organização da caminhada. Assim como uma escola, a passeata foi dividida em alas.
Em uma escola de samba, as alas são parte de um mesmo enredo, mas cada uma conta um pedaço da história levada à avenida.
No desfile de terça, a situação será diferente. Cada ala terá, pelo menos, um enredo, mostrando como cada grupo encara a violência.
Em alguns casos, as alas poderão apresentar contradições internas. Na ala da Juventude, por exemplo, estará um grupo de jovens de classe média do movimento Rio com Paz e Amor.
O Rio com Paz e Amor promete mostrar na avenida Rio Branco faixas pedindo mais policiamento, melhores salários e equipamentos para a polícia.
Mensagem bem diferente daquela que será levada por outros jovens, mais pobres, ligados ao movimento funk. A crítica à violência policial será um dos principais temas do subgrupo.
A comunidade judaica exibirá mensagens ecumênicas. As faixas da Federação Israelita do Estado do Rio falam de paz para todos.
Mais objetivo, o movimento sindical terá faixas com variações sobre o tema "Mais empregos, mais salários: menos violência".
A violência contra gays, lésbicas e travestis será o mote do grupo de entidades de homossexuais.
No Sindicato da Indústria da Construção Civil, a palavra-de-ordem é: "Nós construímos o Rio, não aceitamos sua destruição".
As dez alas oficialmente previstas são: comissão de frente, comunidades, terceira idade, cultura, jovens, trabalhadores, esporte, representantes sociais, caravanas do interior e bloco dos garis.

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