São Paulo, domingo, 26 de novembro de 1995
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Nos pés dos cariocas

JUCA KFOURI

Depois de um período de vacas magras, o futebol do Rio de Janeiro volta a dar as cartas e tem o monopólio do interesse nacional nos jogos que envolvem hoje três de seus grandes clubes.
O Fluminense, representante certo nas semifinais, faz as honras da casa em Uberaba, ao receber o esfalfado Corinthians -um time que foi brilhante em 1995, mas que periga acabar o ano desmoralizado, tamanho foi o vexame em Cáli, na Colômbia, que valeu a desclassificação da pouco importante Taça Conmebol.
E o Flu pode garantir, matematicamente, a classificação do seu rival Botafogo.
Se o Flu vencer o Corinthians e o Botafogo ganhar do Vasco, o Bota se classifica com duas rodadas de antecipação.
O que, por sinal, pode ajudar o Santos, que poderia enfrentar um Botafogo mais relaxado.
Mas o grande jogo deste domingo será mesmo o do Maracanã, entre Botafogo e Vasco.
Que nenhum paulista bairrista espere uma cariocada, maneira burra e pejorativa de imaginar que o Vasco possa entregar o jogo para ajudar o adversário.
Supor tamanha barbaridade é o mesmo que admitir que o Palmeiras entregue uma partida ao Corinthians, ou vice-versa, em resumo, que os dois rivais de São Paulo façam uma paulistada -na cabeça do carioca bairrista.
O Vasco, com uma campanha tremendamente irregular, tem um time bem razoável e costuma ser a asa negra do Fogão.
Já o Botafogo é incrivelmente regular, estará outra vez com o time completo e aparece como favorito não só neste jogo como, também, para ganhar o próprio Campeonato Brasileiro (não sem antes ter de derrotar o Santos, o que poderá permitir que se reviva os melhores tempos do futebol brasileiro, quando o Santos era o melhor do mundo e o Botafogo ficava por perto).
De quebra, o futebol do Rio tem no Flamengo o representante nacional na final da Supercopa.
Com uma campanha irrepreensível até aqui -seis jogos, seis vitórias, contra Vélez Sarsfield, Nacional de Montevidéu e Cruzeiro-, o Mengo tem tudo para salvar o centenário.
Principalmente porque poderá fazer a final em casa e contra o time argentino do Independiente, adversário menos difícil que o River Plate.
Enfim, a bola está nos pés dos quatro grandes cariocas, por mais que o Vasco entre, agora, só como coadjuvante.
Ótimo para o futebol brasileiro. O Rio de Janeiro continua gol.

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