São Paulo, domingo, 26 de novembro de 1995
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Conheça o Chevrolet que atinge 245 km/h

LUCIANO SOMENZARI
DA REPORTAGEM LOCAL

O caminho para muitos pilotos que sonham em disputar o campeonato mundial de Fórmula 1 também passa pelo Brasil.
Para ganhar experiência e, se possível, muitos campeonatos, enfrentam acirradas disputas automobilísticas na Fórmula Chevrolet, por exemplo.
Podem chegar aos 245 km/h em carros parecidos com os da F-1. São equipados com motor que desenvolve 185 cavalos-vapor (cv), capaz de levá-los aos 100 km/h, partindo da imobilidade, em exíguos três segundos.
Para conseguir tal marca, o motor, o mesmo do Vectra GSi, preparado para ganhar mais potência, encaixa-se sob uma carcaça em fibra de vidro, que dá o toque aerodinâmico e as linhas do carro.
Com a preparação, são conseguidos 35 cv a mais. O motor "de rua" do Vectra GSi tem 150 cv.
O banco é projetado sob medida. O cockpit -espaço onde fica o piloto- é estreito e, junto com o cinto de segurança, quase não permite muitos movimentos.
Tubos de aço formam um tipo de gaiola para proteger o piloto em caso de colisões ou capotagem.
Para pilotá-lo, é preciso perícia. Segundo o piloto Giuliano Losacco, 18, todos os comandos são bastante duros, a começar pelo volante e pelo câmbio.
"O engate nas trocas de marchas só é feito com muita força."
Em disputas automobilísticas, frenagens, trocas de marchas e entradas em curvas precisam ser quase que milimetricamente planejadas, sob pena de comer poeira na ultrapassagem do adversário.
Equipe
A Folha acompanhou um dia de treinamento da equipe RP Motor Sport e a movimentação de chefes de equipe, assistentes, engenheiros e pilotos, no autódromo de Interlagos, em São Paulo.
A Fórmula Chevrolet é o equivalente no Brasil à Fórmula Opel na Europa, ambas patrocinadas pela General Motors. Cada corrida demora 30 minutos, com velocidade média de 150 km/h, em caso de a disputa ser em Interlagos.
A cada parada nos boxes, a movimentação de técnicos e engenheiros é intensa.
O engenheiro Karl Watts corre com seu computador portátil e o conecta a um pequeno processador acoplado bem na frente do carro.
O computador armazena os últimas dados registrados pelo processador. São analisados pressão do óleo, temperatura do sistema de refrigeração, rotações do motor, trocas de marchas, estabilidade, entre outros.
Em cada curva feita, por exemplo, há o registro do número de giros a que o motor foi submetido.
"É um recurso importante para podermos tirar o melhor do carro. Hoje em dia quase não existem pilotos como Ayrton Senna ou Nigel Mansell que entendem de mecânica e podem identificar todos os problemas", afirma Watts.
Mesmo assim, as impressões do piloto não são dispensáveis. O dono da equipe, Ricardo Tedeschi, afirma que o trabalho em conjunto do piloto e do computador é o que garante melhor desempenho.

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