São Paulo, segunda-feira, 27 de novembro de 1995 |
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Famílias despejadas na chacina de RO começam a ser assentadas
ABNOR GONDIM
A aquisição das áreas foi anunciada anteontem pelo presidente do Incra, Francisco Graziano, em visita ao acampamento montado a 60 km de Corumbiara, onde ocorreu a chacina com a morte de dez sem-terra e dois PMs. Outros sete sem-terra estão desaparecidos. "Quero me juntar aos trabalhadores que desejam ajudar o Brasil: Corumbiara nunca mais!", disse Graziano, ao final do seu discurso (veja as explicações de Graziano sobre o "grampo" à pág. 1-5). O Incra adquiriu também uma quarta área próxima à fazenda Santa Elina, onde cerca de 120 famílias já montaram seus barracos e esperam começar a plantar no início do próximo ano. As novas áreas ficam nos municípios de Jaru, Ouro Preto do Oeste e Theobrama. Até o fim do mês, o acampamento de Colorado do Oeste deverá servir só de apoio aos sem-terra que estão depondo nos inquéritos sobre a chacina. Para Maurílio Valentino, da coordenação do acampamento, o desafio é evitar que os sem-terra vendam seus lotes após serem titulados pelo Incra. "Tudo vai depender do apoio do governo à reforma agrária", disse. Segundo ele, a dificuldade para evitar a venda dos lotes reside no fato de que os sem-terra são na verdade os "sem-nada". Texto Anterior: Presidente assiste a drama de Shakespeare Próximo Texto: Malan discute rolagem hoje com senadores Índice |
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