São Paulo, segunda-feira, 27 de novembro de 1995 |
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Falta de verba ameaça grupos anti-Aids
AURELIANO BIANCARELLI
Cerca de 250 dessas ONGs dependem de financiamento do Ministério da Saúde, que termina nos próximos 12 meses. Quase todas vivem de ajuda externa e doações de terceiros que no último ano caíram em mais de 50%. A falência dessas ONGs deve refletir nos programas de prevenção da doença e no atendimento aos doentes. Até organizações mais sólidas e tradicionais estão pedindo socorro. O Gapa de São Paulo -Grupo de Apoio à Prevenção à Aids- vendeu telefone, não paga seus oito funcionários há dois meses e está ameaçado de despejo por atraso no aluguel. "Não despedimos funcionários porque não temos como pagar os encargos sociais", diz a advogada Alda Celeste Abade, presidente do Gapa. A entidade tem dez anos e é a mais antiga das ONGs-Aids da América Latina. A Abia do Rio de Janeiro -Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids- não postou os 20 mil exemplares de seus dois últimos boletins por falta de dinheiro para os selos. A Abia existe há nove anos e já teve 30 funcionários contratados. Hoje tem 13. O Projeto Criança-Aids, que presta a assistência a quatro entidades e atende 300 crianças, depende exclusivamente de doações. "De um ano para cá, as doações caíram pela metade", diz Laércio Zaniquelli, presidente do Centro de Convivência Infantil Filhos de Oxum, do Projeto Criança-Aids. A Apta -associação de São Paulo que faz prevenção e presta atendimento psicológico e domiciliar- já não consegue meios para sobreviver. No mês passado, um jantar beneficente com a presença dos atores Edson Celulari e Patrícia Travassos atraiu 11 pessoas. "Mais de 600 tinham sido convidadas", diz a presidente, Teresinha Reis Pinto. A situação é tão dramática que o Hospital Emílio Ribas lança no próximo dia 1º a campanha "Salve uma ONG". Informações pelo telefone (011) 852-8966. Texto Anterior: Lançamento de livro terá debate na quarta Próximo Texto: Entidades perdem autonomia Índice |
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