São Paulo, segunda-feira, 27 de novembro de 1995
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Indústrias usam laser para fazer protótipos

HEINAR MARACY
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Uma nova tecnologia está se tornando indispensável para indústrias brasileiras que precisam competir com seus produtos no mercado internacional.
A forma de confeccionar um protótipo (modelo de testes de um novo design de produto) está mudando com o uso de canhões laser controlados por programas de CAD (desenho industrial).
A prototipagem auxiliada por computador acelera o ciclo de produção de peças e equipamentos e vem sendo adotada com rapidez por empresas do setor automobilístico e eletroeletrônico.
"Com o computador, é possível confeccionar em cinco horas um protótipo que, pelos métodos convencionais, demoraria cerca de três dias para ser executado, diz Alexandre Censi, gerente de produtos da Digicon, empresa que representa no Brasil os equipamentos da americana 3D Systems.
Outra vantagem: para o sistema computadorizado não faz diferença se o protótipo é simples ou complexo. Já no processo convencional, quanto mais complicado o desenho original, mais difícil é sua execução.
Segundo Censi, essa tecnologia existe desde 1988, "mas ganhou aceitação de uns dois anos para cá. Além de prestar serviços de prototipagem rápida, a Digicon também vende no Brasil os equipamentos da 3D Systems, baseados em uma tecnologia chamada de estereolitografia.
Basicamente, o equipamento é composto por um tanque onde é colocada uma resina líquida sensível à luz.
O protótipo é produzido em camadas. No início do processo, uma plataforma fica quase na linha de superfície do líquido. Um canhão laser posicionado sobre o tanque bombardeia a resina e a solidifica.
A plataforma desce alguns milímetros fazendo o líquido cobrir a parte solidificada. Novamente, o laser incide sobre a resina, solidificando uma nova camada.
Segundo Censi, a estereolitografia permite desenvolver protótipos com 60% do custo e 80% do tempo gastos por sistemas convencionais. O valor médio de um serviço de prototipagem rápida fica entre R$ 60 e R$ 85 por hora.
A Digicon já tem entre seus clientes empresas como CCE, Bosch e o Instituto do Coração.
A empresa também vende os equipamentos da 3D Systems. O modelo SLA-250, de tamanho médio, custa US$ 330 mil (mais impostos).

ONDE SABER MAIS
DIGICON: tel. (011) 421-1655

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