São Paulo, terça-feira, 28 de novembro de 1995
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Planalto acata versão da PF para escuta

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso ouviu ontem um relato do ministro da Justiça, Nelson Jobim, sobre as investigações da Polícia Federal para apurar as circunstâncias da escuta no telefone do ex-chefe do cerimonial do Planalto, Júlio César Gomes dos Santos.
O porta-voz da Presidência, Sergio Amaral, disse que a transcrição das conversas gravadas é fiel e que a escuta telefônica foi feita com autorização judicial.
Segundo ele, o relatório, entregue ontem pela manhã a Jobim pelo diretor da PF, Vicente Chelotti (pronuncia-se "queloti), apresenta "avanços" em relação à primeira versão apresentada a FHC na última quarta-feira.
Amaral sustentou a versão inicial da PF de que o "grampo" nos telefones de Júlio César foi instalado com base em denúncias anônimas. Não confirmou, porém, a versão de que as denúncias eram referentes a tráfico de drogas.
O ministro Jobim entregará hoje um novo relatório, que ele próprio redigirá, sobre a responsabilidade e as circunstâncias do "grampo. Ontem, ele fez apenas um relato verbal ao presidente.
Jobim recebeu às 11h o relatório do diretor da PF. A polícia deveria responder a 22 indagações sobre o caso. Chelotti e o ministro conversaram durante meia hora.
O diretor da PF afirmou que uma sindicância da própria polícia é que esclareceria a responsabilidade pelo "grampo.
Amaral disse que FHC não comentou o relatório e que falará sobre as investigações depois que ler o documento "com cuidado".
Ontem, na apuração interna da PF, o irmão do diretor da PF, o policial federal Paulo Chelotti, assessor do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, prestou depoimento ao delegado Galileu Pinheiro, responsável pela sindicância interna.
Chelottinho, como é conhecido, disse que o delegado "ficou satisfeito com as suas respostas".
Ontem pela manhã, o delegado Galileu ouviu outro colega, o delegado Mário de Oliveira, responsável pelo pedido de quebra de sigilo telefônico do embaixador. A conversa vai se transformar num depoimento, em data a ser marcada.

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