São Paulo, terça-feira, 28 de novembro de 1995
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Acusados de necrofilia são cercados no Rio

SERGIO TORRES
ENVIADO ESPECIAL A NOVA FRIBURGO (RJ)

A Polícia Militar cercou às 14h de ontem os irmãos Ibrahin e Henrique de Oliveira, no alto da montanha dos Pinéis, em Riograndina, distrito de Nova Friburgo (a 130 km do Rio).
Ibrahin, 19, e Henrique, 21, são acusados pelo assassinato de nove pessoas na região serrana do Estado, desde 1991. Os cadáveres de sete das vítimas foram violados sexualmente, segundo a perícia.
A caçada aos supostos irmãos necrófilos mobiliza cerca de 250 policiais e pelo menos cem aventureiros estimulados pela recompensa de R$ 5 mil prometida pela Prefeitura de Nova Friburgo.
Para o tenente-coronel Humberto Ramos, comandante do Bope (Batalhão de Operações Especiais), tropa de elite da PM, os irmãos deverão ser presos hoje.
O cerco na montanha dos Pinéis foi montado porque um dos irmãos teria sido visto no local por pessoas que estavam no sítio do comerciante Hélio da Fonseca.
Alertados, os homens do Bope subiram a montanha correndo, enquanto cerca de 20 lavradores da região se posicionaram com carabinas, revólveres e facões nas trilhas de descida, impedindo a fuga.
Até as 19h a montanha continuava sendo vasculhada pelos policiais do Bope.
A montanha dos Pinéis é coberta por florestas e tem cerca de 300 metros de altura. Seus acessos são quase todos de pedra lisa.
A subida principal é pelo lugarejo Janela das Andorinhas, próximo à divisa entre Nova Friburgo e o município de Sumidouro.
Na madrugada um dos irmãos -possivelmente Ibrahin, que é mais baixo e forte- já havia sido visto na região por homens do Bope, do 11º BPM (Batalhão de Polícia Militar), em Nova Friburgo, e por moradores da região.
Seis tiros foram disparados contra o suspeito, que se escondeu no mato e desapareceu.
Um dos mateiros envolvido na caçada é Joaquim Martins, 47. Ele disse que a casa onde mora chegou a ser atacada pelos irmãos, há dois meses.
A mulher e duas filhas do mateiro teriam conseguido se trancar antes que os irmãos entrassem na casa. "Aqui ninguém tem pena deles. Se eu ver, atiro ", disse.

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