São Paulo, terça-feira, 28 de novembro de 1995
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Que dureza!

JUCA KFOURI

Quando escrevi ontem que vida de colunista é dura parece que estava adivinhando.
Ao mandar a coluna por fax, e não via computador como de hábito, a digitação de minhas mal traçadas linhas fez delas ainda piores. Em vez de futuro do esporte como escrevi, saiu "futebol do esporte", que não quer dizer nada. Em vez de "certamente o torcedor ficará com o segundo", alusão a Ronaldo, saiu "certamente o jogador ficará". E onde estava escrito "o Ajax é favorito mesmo quando se sabe" o quando foi trocado por um intruso "que". É ou não dura a vida do colunista?
Colunista que espera o perdão do leitor e que a leitura deste texto -novamente via computador, o que o torna inteiramente responsável pelos equívocos- seja feita já com o Grêmio bicampeão mundial.

Mas é também duro escrever sobre o Santos sem saber se o Galo triturou ou não o Paysandu. Dando como certa a vitória mineira, fica o time da Vila obrigado a derrotar o Botafogo. E tem tudo para fazê-lo, sem dúvida.
Por mais que a síndrome do 2 a 0 tenha novamente assustado a torcida santista no sábado, o Santos mostrou futebol suficiente para derrotar o Botafogo em casa. Quem sabe o faça por 1 ou por 3 a 0. Porque o Santos tem dado razão aos que defendem a estranha tese de que 2 a 0 é um resultado muito perigoso, como se fosse mais perigoso que o 1 a 0.

E se o Santos ganhar de 3 a 0, baixará o saldo botafoguense de 18 para 15 gols, dando alento aos corintianos impossíveis.
Imagine que o Timão derrote o Bahia por 2 a 0 em Salvador, aumentando seu saldo para 5. A diferença ficará em 10 gols. Bastará, na última rodada, que o Corinthians repita os 5 a 0 diante do Vasco na Copa do Brasil e que o Flu derrote o Botafogo por, digamos, 6 a 0.
Sabe quando, amigo corintiano? Nuuuuunnnnnnca!!!!!!

Até porque o Botafogo está jogando demais. O sofrimento diante do Vasco foi uma injustiça. No meio do segundo tempo já era para estar uns 3 a 0 para Túlio e seus parceiros.

Como é duro ser corintiano. Não seria melhor já estar desclassificado como o Palmeiras e o São Paulo?

Mais duro mesmo deve ser torcer pelo Inter. Que noite de pesadelo terá sido esta última, diante da perspectiva do bi gremista.

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