São Paulo, sexta-feira, 1 de dezembro de 1995
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Equipe diz ter achado estrela anã marrom

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Pesquisadores dos EUA afirmam ter descoberto provas concretas da primeira massa de material gasoso que os cientistas chamam de estrela anã marrom.
Estrelas conhecidas como anãs marrons são teoricamente corpos celestes formados pelo mesmo material gasoso que o Sol, mas com massa cerca de 12 vezes inferior.
Essa massa é insuficiente para desencadear as reações de fusão que geram luz das estrelas como o Sol. Por isso, a anã marrom emite pouca luz e é difícil de detectar em telescópios comuns. Ela é conhecida como estrela fria.
Provas da existência dessas estrelas eram indiretas e, segundo alguns, anãs marrons poderiam ser apenas planetas gigantes.
Mas, usando o Telescópio Espacial Hubble e telescópios localizados no Havaí e na Califórnia (EUA), astrônomos do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) dizem ter provado que um corpo celeste é uma anã marrom.
"Os astrônomos estudarão o corpo celeste para saber se é realmente uma anã marrom ou um planeta, disse um porta-voz.
Os resultados foram apresentados nas duas principais revistas científicas do mundo: ontem, na revista britânica "Nature e, hoje, na norte-americana "Science.
Os cientistas da Caltech, nos EUA, usaram aparelhos capazes de detectar luz infravermelha do espaço para enxergar a estrela.
O corpo celeste emite menos de um décimo da luz emitida pela menor estrela na qual há reações de fusão e um milionésimo da luz emitida pelo Sol.
Pelo estudo da radiação infravermelha que emite, os cientistas concluíram que há vapor d'água e gás metano em sua superfície.
As características distinguem o corpo celeste de todas as estrelas conhecidas.
A suposta anã marrom, chamada GL229B, fica perto da constelação de Orion e tem massa 20 vezes superior à de Júpiter.
Sua temperatura de superfície é também menor que a da estrela mais fria já descoberta -mais de cinco vezes inferior à do Sol.
A descoberta de uma estrela fria, diz o porta-voz do Caltech, é um importante passo para a procura de sistemas planetários fora do Sistema Solar.

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