São Paulo, sexta-feira, 1 de dezembro de 1995
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Museu premia jovens arquitetos do país

DA REPORTAGEM LOCAL

O Museu da Casa Brasileira, de São Paulo, divulgou ontem à noite o nome dos vencedores do 2º Prêmio Jovens Arquitetos.
O prêmio -criado em 1993 pelo então diretor do Museu Carlos Bratke- tem como objetivo estimular a criação de arquitetos até 41 anos de idade e, com isso, divulgar as tendências arquitetônicas recentes do país.
Foram enviados de vários Estados 91 trabalhos de arquitetura -entre projetos e obras já executadas- e seis textos críticos, que concorreram a três categorias.
Um júri, composto de cinco arquitetos profissionais, escolheu como melhor projeto na categoria "Arquitetura" o da "Casa na Fazenda Santa Rita", em Descalvado, interior de São Paulo.
Realizado a seis mãos -pelos arquitetos Fernando de Mello Franco, Marta Moreira e Milton Braga-, o projeto prevê a construção de uma casa plana sobre uma colina, ligada a um pequeno açude por um terraço a céu aberto.
"O projeto é muito concatenado à topografia do lugar", diz a arquiteta Anne Marie Sumner, integrante do júri.
"A impressão é que o terraço fica suspenso no ar, causando um efeito muito bonito."
Na mesma categoria, uma obra já construída ganhou o prêmio. Trata-se de uma casa nos Jardins, em São Paulo. Criada pela arquiteta Camila Fabrini, 30, a casa é toda construída em blocos.
Um dos pontos que mais chama a atenção no projeto é a piscina, que tem a largura exata de duas raias olímpicas.
Na categoria "Urbanismo", não foi eleito nenhum vencedor. O júri de cinco arquitetos resolveu premiar três dos melhores trabalhos com menção honrosa.
"Fizemos isto porque os trabalhos tinham a mesma boa qualidade", diz a arquiteta Regina Meyer. "Os três tratavam de questões populares, como conjuntos habitacionais e comércio informal".
Os "honrados" foram os arquitetos José Júlio de Assis Braga, Lisete Maria Rubano e Maria Marreti pelo projeto de reurbanização de Cidade Tiradentes, na periferia de São Paulo; José Brandão e Ronaldo L'Amour pelo camelódromo, construído em Recife; e Júlio Cesar Bernardes Pinto, pelo projeto de um conjunto habitacional, em Itatiba (SP).
O júri também escolheu o melhor ensaio crítico, "Lições de Arquitetura de Lina Bo Bardi", de Luiz Antonio Jorge.
"Os prêmios são muito importantes porque são avaliados também os projetos e as idéias críticas, não apenas as obras concluídas", diz Anne Marie.
Os interessados poderão ver a exposição dos projetos até 4 de fevereiro, no Museu da Casa Brasileira (av. Brig. Faria Lima, 774; de terça a domingo, 13h às 18h).

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