São Paulo, sábado, 2 de dezembro de 1995 |
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Empresário culpa a elite por sequestros
CLÁUDIA MATTOS
"Queremos estabelecer uma parceria entre o empresariado do Rio e o governo do Estado", disse, após a entrevista coletiva dada por seu filho, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira Filho, que passou 36 dias em poder dos sequestradores e foi libertado anteontem. Gouvêa Vieira, que se disse contrário à legalização das drogas, criticou duramente a elite carioca, que, segundo ele, é responsável pela existência dos traficantes. "Se não tem mercado consumidor das drogas, não tem traficantes. A droga é cara. A elite é que consome as drogas", afirmou. Segundo ele, a criminalidade só se resolve com investimentos que gerem empregos e com a redução do lucro dos traficantes. "Sequestro e tráfico é tudo uma coisa só", disse. Gouvêa Vieira disse ainda que outra medida importante no combate ao crime é a urbanização das favelas. "A favela tem de ser tratada como um bairro. Tem de ter a mesma estrutura: parques, escolas", disse. Gouvêa Vieira afirmou que houve negociação entre a família e os sequestradores, mas se negou a dar maiores detalhes. Ele disse, no entanto, que não houve pagamento de resgate. DAS Apesar de sua participação apenas indireta na libertação do estudante Eduardo Eugênio e do empresário José Zeno, a DAS (Divisão Anti-Sequestros) está pressionando o governo estadual por melhores salários. A pressão já começa a surtir efeito. A cúpula da Polícia Civil e da Secretaria da Segurança Pública está em entendimentos com o governador Marcello Alencar (PSDB) para estipular uma gratificação especial para os policiais da divisão. O chefe de Polícia Civil, delegado Hélio Luz, defende uma gratificação diferenciada para os policiais da DAS. Texto Anterior: Figueiredo continua em tratamento intensivo; Ernesto Geisel recebe alta de clínica no Rio; STJ abre três inquéritos contra governador do AC; Governador do PA recebe comissão da OEA Próximo Texto: Prefeitura monta esquema de segurança para autoridade libanesa Índice |
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