São Paulo, domingo, 3 de dezembro de 1995
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Especialização é saída, avaliam instituições

MILTON GAMEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

A busca frenética dos bancos por novos nichos de mercado apenas começou. Se até o Real os bancos podiam fazer de tudo um pouco, agora eles têm que ser muito bons em poucas coisas.
Para Alfredo Neves Penteado de Moraes, vice-presidente do Banco ABC Roma e diretor da Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos), a especialização é a melhor saída após o fim da festa da ciranda financeira, com o Real.
"Os bancos têm que ser cada vez mais especialistas. Quem tiver o melhor serviço, vence", diz Moraes. "O nome do jogo, agora, é competência."
O que está na mesa dos banqueiros nessa fase de reestruturação do mercado financeiro não é simplesmente o número de bancos, considerado alto (246 no país). É, na visão de Moraes, uma questão de sobrevivência das instituições em setores específicos de atuação.
Assim, os grandes bancos de varejo, como Bradesco, Itaú e Unibanco, dominarão a prestação de serviços, como contas correntes, recebimento de contas, arrecadação de impostos -serviços que necessitam de ampla rede de agências.
Aos outros bancos caberá a disputa em setores específicos, como crédito (varejo ou atacado), administração de recursos de terceiros e estruturação de operações sofisticadas de "corporate finance" para as empresas, prevê o executivo.
O ABC Roma, segundo ele, fez uma opção pelo crédito de atacado (a grandes empresas). Também busca ganhar nome no mercado de operações estruturadas, valendo-se, para isso, da associação com o Arab Banking Corporation.
(MG)

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