São Paulo, domingo, 3 de dezembro de 1995
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Comércio exterior é área em expansão

LUÍS PEREZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Não é modismo, é realidade. A carreira para profissionais de comércio exterior está crescendo graças à globalização (integração de vários mercados), mas esbarra em dificuldades para encontrar profissionais qualificados.
O "negociador internacional", como tem sido chamado quem trabalha na área, precisa saber, para começar, pelo menos dois idiomas. A entrada na profissão também não é feita pela porta da frente de uma grande companhia.
O início mais comum -principalmente para pessoas inexperientes e sem pós-graduação- geralmente acontece como trainee ou estagiário de áreas operacionais -documentação, transportes, seguros e câmbio, por exemplo.
As maiores oportunidades estão na indústria e na área financeira. As "trading companies" (empresas de comércio exterior) também oferecem boas chances.
"As oportunidades não estão só em grandes empresas", diz Alexandre Nogueira Barbosa, gerente de exportação da Fábrica de Papel Santa Therezinha.
"Você encontra organizações de médio e pequeno porte com espírito de importação como boas opções para começar a trabalhar."
As habilidades requeridas para profissionais da área são: conhecimentos gerais, curiosidade universal, flexibilidade para se adaptar a diferentes circunstâncias, disposição -e disponibilidade- para viajar, além, é claro, de conhecimento de vários idiomas.
Consultores especializados recomendam o estudo de um idioma oriental -japonês ou chinês- para quem pretende ir mais longe.
Mas o idioma não é tudo. O mais difícil é se adaptar a culturas diferentes -evitando, assim, o "clash" cultural, jargão da profissão para choque cultural.
"Um almoço pode fazer um negócios desandar", afirma Fernando Dourado Filho, 37, diretor da Merken - Inteligência em Negócios Internacionais, empresa de prestação de serviços a organizações brasileiras que tenham processos de internacionalização.
Um empresário norte-americano -e o Brasil é mais próximo dessa tendência- faz planejamentos mais a curto prazo do que o japonês -que trabalha sempre a longo prazo.
"Por mais que sejam empresas negociando, são pessoas que negociam", observa o diretor. "Há uma série de códigos a seguir."
"A globalização é uma realidade tão visível quanto a lei da gravidade. Por isso, as habilidades de negociar são muito importantes."
Segundo o Instituto Educat, órgão ligado ao CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola), o profissional estuda e analisa vantagens e desvantagens de uma exportação.
Determina ainda as razões para realizá-las, analisando a estrutura física e funcional da empresa importadora.
Em graduação, o curso de comércio exterior é oferecido como uma especialização do de administração.
Após dez anos de carreira na área, profissionais em cargo de gerência ganham entre R$ 5.000 e R$ 7.000 mensais -em empresas de médio ou grande porte.

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