São Paulo, domingo, 3 de dezembro de 1995
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Centro Tecnológico; Comparações; Grêmio; Abaporu; Contradição

Centro Tecnológico
"Quero cumprimentar a Folha pela inauguração do Centro Tecnológico Gráfico-Folha."
José Dirceu, presidente nacional do PT (São Paulo, SP)

"Sobre a inauguração do Centro Tecnológico Gráfico-Folha: apresento cumprimentos por mais essa realização."
David Fischel, diretor-presidente da Sade Vigesa (Rio de Janeiro, RJ)

Comparações
"A reportagem publicada no sábado, 25/11, pág. 1-5, com o título 'Empresa de assessor trabalha para o governo', contém algumas imprecisões. Gostaria de esclarecer os seguintes pontos: 1) o texto diz que os R$ 11.440 pagos à agência Free Press para a produção de 500 fotografias/mês dariam para revelar e ampliar mais de 25 mil fotos em formato 10 x 15 cm e ainda sobrariam R$ 3.000 para contratação de um fotógrafo. Pode ser, mas a comparação não é honesta. O cálculo é para fotos amadoras e não fotojornalismo, coisas bem diferentes. A conta também não respeita a tabela do Sindicato dos Jornalistas do DF para trabalhos profissionais -R$ 26,40 por foto-, sem incluir a taxa de saída do profissional, que é de R$ 38,16. O texto não esclareceu que a Free Press também colocou à disposição do Ministério da Justiça um laboratório para revelação dos filmes, um leafax (equipamento para transmissão das fotos via satélite cujo preço é R$ 48 mil), um profissional qualificado e, é claro, os rolos de filmes em cores. Pela estapafúrdia comparação, 25 mil fotos significariam mais 1.000 rolos de 24 poses ou algo em torno de R$ 6.000. Deixando as hipóteses de lado, o preço pago pelo Ministério da Justiça é o de mercado e o serviço de muita utilidade para a divulgação de suas ações. Além de registrarem a memória do ministério em arquivo e CD-ROM, as fotos são enviadas a 53 jornais do interior. E mesmo grandes jornais, como a Folha, para a qual transmitimos, via leafax, para São Paulo (a pedido da Sucursal de Brasília) duas fotos em cores de uma reunião entre o ministro Nelson Jobim e o governador do Acre, Oleir Cameli, no último dia 13 de novembro; 2) o texto diz que esse tipo de cobertura fotográfica é feito pela Radiobrás, agência de notícias do governo, sugerindo que o serviço contratado é desnecessário. Também não há honestidade nessa informação. A Radiobrás, apesar dos esforços, não consegue atender, com seus 13 fotógrafos, a demanda exigida pela cobertura diária do Executivo, Legislativo e Judiciário. No início do governo, ainda tentamos estabelecer um convênio para a cobertura diária das ações do Ministério da Justiça, mas fomos dissuadidos pela própria empresa porque não havia profissionais disponíveis; 3) o texto diz que o ministro contrata os serviços da Free Press. Quem contratou a Free Press não foi a pessoa do ministro, mas a instituição Ministério da Justiça. Por minha sugestão, foi realizada uma concorrência pública em caráter nacional, registrada no Diário Oficial do dia 27 de setembro. Os documentos dessa concorrência estavam à disposição do repórter da Folha, que não quis vê-los. Desde já prontifico-me a mostrá-los a quem quer que seja; 4) só posso atribuir ao jornalismo de suposições a reportagem do repórter. Ele vê, baseado exclusivamente em suposições, 'ligações perigosas' entre o ministro, a quem está subordinada administrativamente a Polícia Federal, eu, o assessor de imprensa do ministro, o presidente do Incra e mais um monte de gente. Em relação a mim, supõe que a ligação 'perigosa' tenha origem no fato de que sou egresso da campanha do presidente Fernando Henrique Cardoso, assim como os donos da Free Press. Trata-se de uma suposição perigosíssima, baseada no nada. Existem hoje dezenas de profissionais -colegas de campanha- trabalhando no governo e fora dele, em jornais, rádios e televisões, sobre os quais não pesa e nem deveria pesar qualquer suposição. Peço que publique esta carta, para que os fatos sejam esclarecidos."
Paulo de Tarso Moraes Félix, chefe da assessoria de comunicação social do Ministério da Justiça (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Alexandre Secco - A comparação de valor usada pela Folha tem a única intenção de situar o leitor no valor do contrato. Pela tabela do sindicato, o mesmo serviço custaria mais de R$ 30 mil. A reportagem esclarece que a Radiobrás não teve condições de prestar o serviço.

Grêmio
"O Grêmio ganhou a admiração do torcedor brasileiro pela garra e determinação apresentadas no Mundial de Interclubes. Perder o título, nesse caso, foi só um detalhe. Parabéns a toda equipe do Grêmio de Futebol Portoalegrense, especialmente ao técnico Luiz Felipe."
Marcos Moreno (Varginha, MG)

"Na Copa do Brasil, o time do Grêmio deu porrada em Sávio e Juninho e tirou o Flamengo e o São Paulo da competição. O Grêmio só não foi campeão porque encontrou o Corinthians, líder em cartões vermelhos do Paulistão 95. Na Libertadores, todos viram a pancadaria contra o violento Palmeiras, time que o Grêmio também tirou da Copa do Brasil, depois de três expulsões. Em Tóquio não podia ser diferente. O Grêmio deu porrada, teve jogador expulso, muitos cartões amarelos e tomou um verdadeiro passeio em campo. Mas desta vez a sorte esteve com quem buscou jogar bola, mesmo que uma bolinha meio sem cintura como a dos holandeses do Ajax. Como escreveu o correspondente Brian Homewood (Esporte, 24/11), 'o futebol violento do Grêmio não faria tanto sucesso na Europa...'."
Fernando de Sampaio Barros (São Paulo, SP)

Abaporu
"A compra do 'Abaporu', da Tarsila do Amaral, por um argentino, reflete o descaso que as autoridades e toda sociedade brasileira têm com as artes plásticas. Estou com Regina Boni quando diz que impedir a saída de uma obra de arte é um bairrismo. O que é inconcebível é o fato de que nenhum brasileiro tenha disputado obra de tamanha relevância. Não só perderam a possibilidade de adquirir uma obra significativa como também deixaram passar a oportunidade de uma promoção de altíssimo nível. Esse triste quadro só se reverterá quando se tomar consciência de que a educação é fundamental. Que arte é mais importante do que decorar uma parede ou possuir um patrimônio."
Johanna Di Bernardi (Curitiba, PR)

"Em nome da população de Capivari, sentimos orgulho pelo fato de a obra 'Abaporu', da nossa Tarsila do Amaral, ter sido considerada o quadro brasileiro mais valioso do país e um dos maiores do mundo em importância artística. Isso representa mais um marco histórico para nossa cidade, onde Tarsila nasceu, cresceu e tornou-se símbolo maior da pintura contemporânea."
Claudio Antonio Machado (Capivari, SP)

Contradição
"Roberto Campos x Roberto Campos: em seu artigo 'Agricultura, reforma agrária e ideologia', o articulista arremete contra sua própria obra ao afirmar que, para a elaboração do Estatuto da Terra 'imaginamos três mecanismos básicos: 1) o imposto territorial progressivo; 2) zoneamento e 3) saneamento do registro da propriedade rural'. Não é isso que está no Estatuto da Terra e não é isso que é comentado no seu próprio livro 'Lanterna na popa', págs. 680 a 696."
José Gomes da Silva, ex-presidente do Incra e ex-secretário Estadual de Agricultura (Campinas, SP)

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