São Paulo, segunda-feira, 4 de dezembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Empresário é solto após família pagar R$ 130 mil

DA REPORTAGEM LOCAL

O empresário Antônio Adelino Pereira Fernandes, 63, um dos proprietários da rede de supermercados Barateiro, que havia sido sequestrado no último dia 24, foi libertado na madrugada de anteontem após o pagamento de um resgate de R$ 130 mil.
Fernandes foi solto às 4h na avenida Teotônio Vilela, em Interlagos (zona sul). O pagamento do resgate havia sido feito à 1h de sábado na rodovia dos Imigrantes. Até as 18h de ontem, a polícia não tinha pistas dos sequestradores.
O empresário foi sequestrado às 12h30 do dia 24 por dois homens que vestiam ternos e estavam armados, na rua Estevam Baião, no Campo Belo (zona sul).
Os sequestradores ligaram no começo da noite para a família e anunciaram o sequestro, mas não informaram o valor do resgate.
Eles disseram que o carro de Fernandes poderia ser encontrado em uma travessa da avenida República do Líbano (zona sul). Um funcionário da família foi ao local e encontrou o Versailles placas BGS-1383.
O empresário havia ido pela manhã à sede da empresa, onde ele é membro do Conselho Administrativo -as oito famílias controladoras do Barateiro entregaram a administração da empresa para executivos.
Em seguida, ele foi até sua casa, no Campo Belo, e, de lá, para um restaurante próximo, onde costuma encontrar amigos. Quando saía do restaurante, o empresário foi abordado por dois homens, quando entrava em seu automóvel.
Os sequestradores se aproximaram a pé. Eles obrigaram Fernandes a entrar no Versailles e o levaram. O dono do restaurante, Darcísio da Silva, 37, viu a ação e foi ao 27º DP avisar a polícia.
Fernandes é casado e têm dois filhos que trabalham como diretores do Barateiro. Sua mulher teria entrado em estado de choque ao saber da notícia.
Na tarde do dia 25, a Deas (Delegacia Especializada Anti-Sequestro) foi avisada do caso e se reuniu com a família.
No dia seguinte, os sequestradores fizeram cinco ligações para a família. Todas elas foram feitas de orelhões da zona sul, uma de manhã e quatro durante a tarde.
No dia 26, a família do empresário recebeu apenas uma chamada. Nela, os sequestradores exigiram R$ 1 milhão para soltar Fernandes. A família fez a primeira contraproposta oferecendo R$ 20 mil, que foram recusados.
A família também pediu a primeira prova de que o empresário estava vivo. Perguntaram para os sequestradores onde Fernandes havia conhecido sua mulher.
A resposta foi dada pelos sequestradores no telefonema seguinte. No dia 28, a família recebeu a segunda prova de vida: um bilhete escrito pelo empresário.
Fernandes dizia que estava sendo bem tratado pelos sequestradores e pedia para sua família reunir o dinheiro e pagar o resgate.

Texto Anterior: Leitora reclama de entulho na zona sul de SP;Resposta
Próximo Texto: Shoppings lotam, mas venda é baixa
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.