São Paulo, segunda-feira, 4 de dezembro de 1995
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Erros na defesa ameaçam vôlei em Atlanta

SÉRGIO KRASELIS
ENVIADO ESPECIAL AO JAPÃO

Melhorar a defesa é a missão da seleção brasileira masculina de vôlei com vistas ao bicampeonato olímpico em Atlanta-96.
Com a vaga assegurada para a Olimpíada, os jogadores da seleção já foram avisados de que, para chegar ao bi, não basta ter um forte ataque sem a equipe apresentar um sistema defensivo efetivo.
Dados estatísticos obtidos pela Folha junto à comissão técnica da seleção brasileira são conclusivos.
No saque, a equipe tem um potencial de rendimento de 85% (dois a três pontos a mais, por set, em relação à média dos dois últimos anos). Por exemplo: se na Liga Mundial de 93 a equipe assinalava de 4 a 5 pontos por set, na Copa do Mundo do Japão, encerrada no último sábado, o time conseguiu de 6 a 7 pontos em média.
O bloqueio do time também apresenta uma evolução, mas ainda deixa a desejar. Segundo o técnico José Roberto Guimarães, o rendimento da equipe neste item cresceu nos dois últimos anos.
Pelos números do treinador, a seleção brasileira hoje consegue a média de 6 a 7 bloqueios por set (antes, a média da equipe girava em torno de 5 bloqueios por set).
O calcanhar de Aquiles da seleção continua sendo a defesa, setor que, na avaliação do treinador brasileiro, se mantém estagnado.
"Nossa defesa apresenta um rendimento em torno de 40%. É muito pouco para quem vai disputar uma Olimpíada", disse.
Nos demais fundamentos, os números se mantiveram em torno de 60% em média de ataque e em torno de 35% a 40% de média de contra-ataque.
Na avaliação do técnico brasileiro, que revolucionou a tática do vôlei a partir da Olimpíada de Barcelona-92, com uma equipe que atacava de todos os pontos da quadra, Atlanta-96 não deve exibir outra revolução tática.
"Todas as equipes hoje imitam o Brasil, e o que os times de ponta fazem é melhorar o potencial de seus fundamentos", afirmou.
Para ele, o crescimento das equipes até Atlanta vai estar ligado ao sistema defensivo. Em resumo: a seleção que mantiver um bom potencial de ataque e melhorar a sua defesa vai levar vantagem.
Os números da Copa do Mundo (veja quadro ao lado) confirmam a estatística da equipe brasileira.
No ranking final, o Brasil é o melhor no ataque, com 60,04% de aproveitamento, à frente de Itália (59,59%) e Holanda (59,48%).
No jogo de gala que encerrou a Copa do Mundo do Japão, ontem, a campeã Itália venceu a seleção do resto do mundo por 2 sets a 1.

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