São Paulo, segunda-feira, 4 de dezembro de 1995 |
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Bill Clinton autoriza que 700 partam para Bósnia
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS O presidente dos EUA, Bill Clinton, autorizou ontem a partida dos primeiros 700 soldados americanos para a missão de paz na Bósnia.Clinton fez o anúncio em Madri (Espanha), logo depois de firmar um acordo de cooperação econômica com a União Européia. "Autorizei o secretário de Defesa (William Perry) a enviar as primeiras tropas de apoio para a Bósnia", disse Clinton. Este primeiro contingente, encarregado de organizar a base militar americana e as linhas de comunicações, deveria desembarcar na região logo após a assinatura do acordo de paz na Bósnia, prevista para 14 de dezembro em Paris. Até fevereiro de 1996, 20 mil soldados americanos devem estar no território na ex-Iugoslávia. Ele vão integrar a força de 60 mil soldados da Otan, que deve supervisionar o cumprimento do acordo de paz, assinado em 21 de novembro em Dayton, Ohio (Meio-Oeste dos EUA), pelos presidentes Slobodan Milosevic (Sérvia), Alija Izetbegovic (Bósnia) e Franjo Tudjman (Croácia). Mas, segundo militares americanos, as tropas devem desembarcar na Bósnia vindas da Hungria e da Croácia nas próximas 24 horas ou 36 horas. No sábado, Clinton esteve na base militar americana em Baumholder, na Alemanha, para se encontrar com soldados destinados à missão na Bósnia. "É uma missão de paz e não de guerra", afirmou Clinton aos soldados, acrescentando que, se necessário, as tropas poderão responder com força a qualquer ataque. O chefe militar dos sérvios da Bósnia, general Ratko Mladic, voltou anteontem a rechaçar o documento de paz para a região, em guerra desde 1992. Em seu primeiro comentário sobre o acordo rubricado, Mladic disse que os sérvios da Bósnia não podem concordar com os mapas de Dayton, porque "determinam a retirada do povo sérvio de territórios ocupados há séculos". Segundo a agência de notícias "Srna", Mladic teria convocado suas tropas para as fronteiras e as colocado em alerta. Segundo Clinton, a afirmação de Mladic não oferece riscos para o tratado. O presidente dos EUA disse ter confiança em Milosevic para dar os passos certos e garantir o cumprimento do acordo. "Não penso que o acordo tenha dificuldades e que deva ser renegociado", disse Clinton. O general John Shalikashvili, chefe do Estado Maior das Forças Armadas dos EUA, lamentou as declarações de Mladic. O governo francês chamou de volta o general da ONU Jean-René Bachelet, em Sarajevo, por ele ter criticado o acordo de Dayton. "É claro que não vamos aceitar nenhuma crítica contra o plano", disse o ministro da Defesa francês, Charles Millon. Texto Anterior: Mistério sobre a morte de Che Guevara persiste Índice |
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