São Paulo, quinta-feira, 7 de dezembro de 1995
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Conflito entre grevistas e PM fere 5 no Rio

PAULO CÉSAR CASTRO
DA SUCURSAL DO RIO*

Cinco pessoas ficaram feridas depois de conflito entre grevistas e policiais militares na sede da ECT (Empresa de Correios e Telégrafos) do Rio, na Cidade Nova (centro).
Os policiais foram chamados pela direção da ECT para dissolver um piquete formado no final da noite de anteontem e início da madrugada de ontem. A greve dos funcionários dos Correios começou ontem e é por tempo indeterminado.
Entre os feridos estão quatro funcionários da ECT e um policial, que levou uma pedrada na cabeça. Todos foram medicados e liberados pelo hospital Souza Aguiar.
Dois grevistas foram feridos por estilhaços de bomba de gás lacrimogêneo. Um foi atingido por uma bala, segundo o sindicato da categoria, e outro foi atropelado por um funcionário da ECT que dirigia um Corcel e tentava romper o piquete.
Segundo estimativa do Sintec (Sindicato dos Trabalhadores na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e Similares), a greve tem a participação de 80% dos cerca de 12 mil funcionários dos Correios no Rio.
Para a direção da empresa, o funcionamento das agências não sofreu qualquer alteração devido à greve. No setor de triagem da ECT, o diretor regional disse que a participação no movimento chega a 3%.
Ainda segundo a direção, no setor de distribuição (que envolve cerca de 4.500 carteiros), a paralisação é de 13%. Na diretoria -com 11.700 funcionários-, a participação na greve também seria de 13%.
Elioni Muniz de Araújo, diretor do Sintec, afirma que os policiais atiraram e jogaram bombas de gás lacrimogêneo contra os grevistas.
Na 6ª DP (Delegacia de Polícia), na Cidade Nova, o delegado Mário Peixoto tinha como registros os ferimentos do carteiro Paulo Sérgio Gomes da Silva, ferido com estilhaços de bomba, e do tenente André Luiz Vidal, da Polícia Militar, que levou uma pedrada.
O diretor regional da ECT no Rio, Alexandre Carlos Pinheiro Fernandes, disse que desconhece a informação de funcionários feridos, inclusive sobre o carteiro baleado.
Fernandes disse que chamou o reforço policial porque os grevistas estavam apedrejando os caminhões que carregam as correspondências e impedindo a saída deles do prédio da ECT, assim como impedindo a entrada de funcionários.
A greve, segundo Alexandre Fernandes, deverá ser decidida agora pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho), em Brasília.
Ele afirmou que a paralisação não prejudicará o serviço de correspondência no Natal.

* Colaborou Paulo César Castro, free-lance para a Folha.

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