São Paulo, quinta-feira, 7 de dezembro de 1995
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Bamerindus tenta sanear Inpacel com venda de ações

MÔNICA SANTANNA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O grupo Bamerindus decidiu se desfazer de participações acionárias minoritárias para reduzir a dívida da Inpacel (Indústria de Papel Arapoti S/A) e fortalecer a Bamerindus S/A Participações e Empreendimentos, holding do grupo.
Serão colocadas à venda as ações que o Bamerindus possui na Usiminas e na Refripar (empresa que fabrica produtos Prosdócimo).
Na semana passada, o grupo vendeu os 9,4% das ações que mantinha na CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) por cerca de R$ 240 milhões. A Inpacel tem dívida de R$ 723 milhões.
O presidente do Bamerindus, Maurício Schulman, disse que serão arrecadados aproximadamente R$ 500 milhões com as vendas de ações e um crédito referente à ação de levantamento de depósito do PIS, ganha na Justiça.
Segundo Schulman, a venda das ações faz parte de uma reestruturação do grupo. "Definimos a estratégia de concentrar investimentos onde temos melhor vocação".
Parte dos R$ 500 milhões será usada no saneamento da Inpacel, que vai reduzir sua dívida de R$ 723 milhões para cerca de R$ 490 milhões, e nas empresas dos setores financeiro e de seguros.
Schulman afirmou que já foram pagos R$ 35 milhões referentes às dívidas de curto prazo da Inpacel.
Na próxima semana, será publicado edital convocando assembléia para aprovação do aumento de capital social da Inpacel em R$ 135 milhões. Com isso, o patrimônio líquido da indústria subirá de cerca de R$ 300 milhões para aproximadamente R$ 550 milhões.
No início de janeiro de 96, a Inpacel deverá publicar o seu balanço referente ao desempenho econômico financeiro deste ano. O faturamento deverá ser de R$ 189,5 milhões, R$ 72 milhões a mais do que no ano passado.
O Bamerindus decidiu sanear a Inpacel para tentar atrair sócios que queiram investir na implantação da segunda unidade da indústria.
A Agência Folha apurou que o grupo não descarta a possibilidade de a indústria ser colocada à venda. Schulman negou essa intenção.
A segunda unidade vai exigir investimentos de aproximadamente US$ 700 milhões para que a produção da empresa passe para 440 mil toneladas/ano em 1998. Hoje a empresa produz 150 mil toneladas/ano.

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