São Paulo, quinta-feira, 7 de dezembro de 1995
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Indústria de vidro investirá US$ 1,37 bi

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria de vidro vai investir US$ 1,37 bilhão no país até o ano 2000. A maior fatia desse dinheiro -US$ 760 milhões- se destinará às fábricas de embalagens.
À linha de vidros planos (que atende a indústria automobilística e de construção civil) caberá a quantia de US$ 250 milhões; à de vidro transformado, US$ 100 milhões e à de fibra de vidro, US$ 100 milhões.
O restante -US$ 160 milhões- será reservado para fábricas de outros tipos de vidro, informa a Abividro (Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro).
O investimento de US$ 1,37 bilhão pode chegar a US$ 1,5 bilhão se se confirmar a entrada da norte-americana Guardian (fabricante de vidros planos) no país.
Marcos L. Tibiriçá Ramos, presidente da associação, diz que as indústrias reservam os US$ 760 milhões para tornar as embalagens de vidro mais leves e resistentes.
A idéia é fazer frente ao seu principal concorrente, a embalagem PET (polietileno tereftalato), especialmente as garrafas de refrigerantes.
A Cisper (Cia. Industrial São Paulo e Rio) já sentiu na pele a concorrência da PET. No passado, a venda de embalagens de vidro para a indústria de refrigerantes chegou a representar até 25% da sua receita -estimada em US$ 230 milhões para este ano. Hoje, participa com 10%.
"Estamos direcionando a produção para atender a indústria de alimentos", diz Dimas P. Nazari Jr., diretor comercial da Cisper, que estima deter 44% do mercado de embalagens de vidro.
A indústria de embalagens de vidro, conta Tibiriçá Ramos, deve participar com 55% do faturamento total da indústria de vidros -estimado em US$ 1,6 bilhão neste ano. Até o ano que vem, deverá representar 60%.
As fábricas de embalagens de vidro, continua ele, operam hoje com 70% da capacidade. A produção neste ano deve chegar a 2,34 milhões de toneladas. Em 96, deve alcançar 2,6 milhões de toneladas.
Baixa margem
A indústria de embalagens (vidro, plástico, lata e papelão, entre outras) está trabalhando com margens "baixíssimas" de lucro, informa Alberto Barbagallo, presidente da Associação Brasileira de Embalagens.
Segundo ele, o setor trabalhava, no ano passado, com margem de lucro líquida da ordem de 4% a 5% sobre o faturamento líquido. Neste ano, diz, o percentual está próximo de 2%.
Barbagallo conta que quem fornece para a indústria de alimentos está sofrendo mais, por causa do compromisso dela com os supermercados de não mexer nas listas de preços. Ele diz que a indústria de embalagens trabalha hoje com 95% da capacidade.

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