São Paulo, quinta-feira, 7 de dezembro de 1995 |
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Investigação da 'gravação do suborno' é acelerada
RODRIGO BERTOLOTTO
O objetivo é terminar a fase de esclarecimentos até o dia 27. "Vamos ouvir três, quatro pessoas por dia", disse o delegado Silvio Tinti, que assumiu o caso na segunda-feira. As investigações estão sendo feitas em conjunto com o promotor Antonio Alvarenga Neto, do Ministério Público de São Paulo. Para Alvarenga, as fotos publicadas pela Folha ontem e hoje, em que aparecem o presidente do Botafogo, Laerte Alves, e o ex-juiz Wilson Catani na festa de classificação do clube de Ribeirão Preto, comprovam que há um relacionamento entre os dois. A pedido da polícia e da promotoria, as fotos vão ser anexadas aos autos da investigação. Catani, em ligações telefônicas gravadas pela rádio CMN, de Ribeirão Preto (SP), revelou que teria cheques de Alves, dados pelo presidente botafoguense em troca de resultados que fizeram ascender o time à Série A-1 em 96. Outro procedimento tomado pela polícia foi manter as investigações sob sigilo. "O caso é muito complexo. Muitas pessoas e muitos interesses estão envolvidos." "Eu estou tão preocupado que estou indo para Itália visitar uns parentes meus", disse. Segundo seu advogado, José Izar, Catani voltará ao Brasil para, em seguida, viajar ao Japão. "Ele pode ir aonde quiser. Catani não está sendo processado nem foi condenado", afirmou o advogado. Izar disse que as fotos em que aparecem Alves e Catani não incriminam seu cliente. "O que incrimina seriam os cheques. Essa é a prova material do crime." Sobre as contradições de Catani, que disse não ter participado da festa, mas aparece em uma fotografia tirada durante ela, Izar disse: "Ele mente para quem ele quiser, só não pode mentir em uma audiência". Texto Anterior: Descrédito no time aumenta confiança Próximo Texto: Juiz considera punição díficil Índice |
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