São Paulo, sábado, 9 de dezembro de 1995
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MST define estratégia em janeiro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra irá definir em encontro nacional, marcado para o mês que vem, as novas estratégias de ocupação de terras e de resistência à ofensiva prometida pelo líderes ruralistas.
"Não vamos admitir que ocorra um novo massacre. Estamos nos preparando para resistir. Queremos uma luta limpa, através de negociações com o governo, mas se for preciso usar os métodos deles, vamos enfrentá-los com nossas foices, enxadas e facões", disse o coordenador do MST, Gilberto Portes.
Ele se referia ao anúncio feito pelo líder da bancada ruralista na Câmara, deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP). Segundo ele, a partir de janeiro os fazendeiros serão orientados a contratar seguranças armados.
"Isso para a gente não é novidade. Eles apenas agora decidiram mostrar as unhas", disse Portes.
Ele presidiu ontem um encontro regional do MST, em Brasília, que avaliou a situação da reforma agrária no Distrito Federal e nas regiões noroeste de Minas e nordeste de Goiás, onde existem cerca de mil famílias de sem-terra acampadas.
Além do DF, o MST está realizando uma série de outras reuniões nos Estados. A intenção do MST é fazer um balanço da reforma agrária em todo o país e colher sugestões para o encontro nacional.
Pelos dados do MST, existem atualmente no país 15 mil famílias de sem-terra distribuídas por 92 acampamentos.
O MST contabiliza ainda 198 áreas de conflitos permanentes no país. Essas áreas estão localizadas principalmente nos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Bahia e Pará.

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