São Paulo, segunda-feira, 11 de dezembro de 1995
Próximo Texto | Índice

Cresce venda de pequenas máquinas

MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

O aumento do desemprego e o temor de vir a perder o trabalho estão multiplicando as vendas de pequenas máquinas e de equipamentos que permitem montar um negócio próprio.
A alta é tão expressiva que supera até mesmo a média de crescimento do faturamento do setor de máquinas em geral.
Já nos dez primeiros meses de 95, os fabricantes de máquinas em geral venderam 10,5% mais na comparação com o ano passado. O setor de máquinas deve fechar 95 faturando US$ 17 bilhões.
"O segmento de máquinas de pequeno porte, que permite fabricar produtos acabados, é um dos que mais têm crescido nos últimos meses por conta do aumento do desemprego", afirma Sérgio Magalhães, presidente da Abimaq.
Só a construção civil e a indústria paulista, por exemplo, fecharam 236.250 postos de trabalho de janeiro a outubro deste ano.
"Entre 30% e 40% dos nossos novos clientes são ex-funcionários de metalúrgicas, de fábricas de autopeças e bancários do Banco do Brasil", diz Fábio Nicoletti, diretor da Endro Comercial.
Ele diz que tem sido procurado também por pessoas que estudam alternativas para ganhar dinheiro, caso fiquem desempregadas.
Na primeira quinzena de novembro, foram vendidas 18 unidades para fritar batatas e 12 de suco de laranja.
Resultado: a Endro, que até setembro tinha estoque para uma semana e trabalhava para pronta entrega, hoje só atende os clientes sob encomenda.
Além disso, a empresa aumentou de quatro para 17 o número de representantes no país.
Pessoas físicas
A L.M. Máquinas e Equipamentos, especializada na fabricação de carrinhos para cachorro-quente, pipoca, churro e algodão doce, também registrou aumento de vendas nos últimos meses.
Até maio, metade das consultas recebidas era de empresas e a outra metade, de pessoas interessadas em ter um negócio próprio.
"De lá para cá, cerca de 80% dos clientes são pessoas físicas. E, nesse segmento, as vendas aumentaram de 20% a 30%", diz o sócio Ademir Ferrari.
O interesse de montar um negócio próprio para se prevenir do desemprego já bateu na Leone, que fabrica kits de lava-rápido e troca de óleo, entre outros.
No ano passado, 1% da clientela da empresa era de desempregados. Neste ano, essa fatia aumentou para 5%.
Também aumentou a procura de clientes que ainda estão empregados, mas estudam a viabilidade de ter um negócio.
Luciano Leone, diretor da empresa, afirma que as suas vendas cresceram 5% de janeiro a outubro deste ano, em relação a igual período de 1994.

LEIA MAIS
sobre o desemprego e pequenos negócios na página 2-3

Próximo Texto: Vermelho oficial; Sem intermediários; Canal competente; Oferta de compra; Novo conselheiro; Estrutura montada; Em incorporação; Expansão regional; No planalto; Em convocação; Despesas financeiras; Ilustração importada
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.