São Paulo, terça-feira, 12 de dezembro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Aeronáutica tentou atrapalhar, diz TCU
LUCAS FIGUEIREDO
O relato foi feito -em documento enviado ao TCU ao qual a Folha teve acesso- por três auditores que investigavam dois órgãos da Aeronáutica. "Alegando questões de sigilo militar, negaram-se a atender nosso pleito", declararam os auditores Pierre Luigi, André Burello e Marcus Vinicius Gonzaga. Eles haviam pedido "cópias de documentos considerados necessários à elaboração de relatório". A Aeronáutica tentou obstruir o trabalho dos auditores no dia 20 de julho deste ano, dez dias após o início das investigações pelo TCU. Diante da posição da Aeronáutica, os auditores informaram o tribunal em Brasília. No dia 8 de agosto, o relator do processo no tribunal, ministro Adhemar Ghisi, pediu diretamente ao então ministro da Aeronáutica, Mauro Gandra, os documentos negados aos auditores. Somente depois do pedido de Ghisi os auditores puderam ter acesso aos papéis. Mesmo assim, a Aeronáutica enviou o relatório em duas partes. A primeira foi liberada 16 dias após o pedido de Ghisi, e a segunda parte, 33 dias depois. A partir da análise dos documentos, o TCU constatou várias irregularidades, entre elas a manutenção de uma conta bancária "sem amparo legal" por parte da Aeronáutica e pagamentos indevidos à Esca. O tribunal também apontou que a Aeronáutica pagava despesas pessoais de familiares de diretores da Esca no exterior. A Aeronáutica informou ontem que só irá se pronunciar sobre supostas irregularidades envolvendo o ministério e o Sivam após o fim dos trabalhos da supercomissão do Senado que investiga o projeto. Texto Anterior: Investigações vão continuar, afirma ACM Próximo Texto: 'Falso grampo' assusta sub-relator do Sivam Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |