São Paulo, terça-feira, 12 de dezembro de 1995 |
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Família não sabe há quanto tempo 'mora' em viaduto Desempregados, eles vivem no centro de São Paulo KENNEDY ALENCAR
Sua diversão é brincar com uma cadela, que acabou de dar à luz seis filhotes, e com caixas de papelão que o pai recolhe para vender. Adriano tem dificuldade para conversar. Com uma dicção confusa, diz que a comida que mais gosta é macarrão e feijão. "Não sei quantos anos ela tem", diz Aparecida Freitas, ao falar da filha Adriana. A menina, que é amamentada pela mãe, aparenta possuir cerca de 2 anos de idade. Escola Aparecida diz que não sabe como vai fazer, mas promete que vai colocar os filhos na escola. "Eu tenho um outro, que já está numa creche", afirma. "Não tenho idéia", responde Aparecida, ao ser perguntada há quanto tempo vive na rua. Também não sabe qual é a sua própria idade. Depois, ao longo da entrevista, mostra uma carteira de trabalho, que já foi assinada. Na carteira de trabalho, sua data de nascimento é 13 de julho de 1958. Aparecida parece ter, pelo menos, mais dez anos que os seus 37. A família veio de São José do Rio Pardo (260 km ao norte de São Paulo). O marido, Ismael Pedroso, está desempregado. Aparecida conta que cortava cana, mas perdeu o emprego: "Agora, o povo só usa maquinário, não precisa mais de gente". (KA) Texto Anterior: Órgão elogia adoção de estatuto Próximo Texto: CD-ROM orienta direitos da crianças Índice |
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