São Paulo, quinta-feira, 14 de dezembro de 1995
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STF permite processo contra Zélia e PC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu ontem, por unanimidade, permitir a abertura de processo, por crime de corrupção, contra a ex-ministra da Economia Zélia Cardoso de Mello e o empresário Paulo César Farias.
O STF aceitou denúncia feita em 1994 pelo ex-procurador-geral da República Aristides Junqueira, acusando Zélia de ter se beneficiado do esquema de corrupção montado por PC Farias. Em troca, ela teria liberado reajustes das tarifas de transporte interestadual.
Para o relator do caso, ministro Néri da Silveira, há indícios de que Zélia teve suas despesas pessoais pagas com cheques de contas fantasmas operadas pelo esquema PC, que intermediava negócios de interesse de empresas de transporte com o governo Collor.
O dinheiro recebido de PC Farias teria sido usado para a reforma de um imóvel em São Paulo, além de custear viagens da ex-ministra para Nova York e de sua mãe, Auzélia Mello, para Aruba. Ela vai ser processada por corrupção passiva e PC, por corrupção ativa.
Segundo Junqueira, no dia 16 de setembro de 1990, a Rodonal (Associação das Empresas de Transportes Rodoviários Interestaduais e Internacionais de Passageiros), depositou US$ 813 mil na conta da EPC, empresa de PC.
No dia seguinte, Zélia assinou a Portaria 541, concedendo reajuste de 17,40% nas passagens de ônibus, na época em que os preços estavam congelados.
A Folha tentou ouvir a ex-ministra em sua casa, no Rio de Janeiro. Até as 21h30, o telefone alternava momentos com sinal ocupado e outros em que não respondia às chamadas.

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