São Paulo, domingo, 17 de dezembro de 1995
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Prisão de ex-presidente relembra massacre político na Coréia do Sul

The Independent
De Londres

RICHARD LLOYD PARRY
EM KWANGJU

"Quando o Comando Especial atirou nos estudantes", disse o motorista de táxi e ex-policial Choi, "muitos deles não morreram na hora. Os soldados andavam até os corpos e iam jogando-os nos caminhões. Quando um corpo se mexia, eles pegavam um fuzil e batiam na cabeça com o cano".
O nome Kwangju era pouco conhecido fora da Coréia do Sul até a prisão do ex-presidente Chun Doo-hwan. O general Chun tomou o poder em 1979, num golpe militar. No dia 17 de maio, decretou lei marcial e começou a prender opositores. Houve protestos pelo país inteiro.
Os estudantes que foram às ruas esperavam ataques desorganizados da polícia. Mas foram vítimas do Comando Especial de Guerra -tropa de elite treinada para repelir uma invasão comunista.
A matança prosseguiu por dez dias. Pela contagem oficial, houve 192 mortos, mas 288 famílias conseguiram indenizações do governo. Segundo estimativas, o número de mortos chegou a 2.000.
Uma lei encomendada pelo presidente Kim Young-sam deverá ser aprovada para permitir que o ex-presidente seja processado. O julgamento de Kwangju deverá ocorrer em 1996.

Tradução de Clara Allain

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