São Paulo, segunda-feira, 18 de dezembro de 1995 |
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Cosméticos batem recordes de vendas
MÁRCIA DE CHIARA
"Vamos superar essa cifra no ano que vem", diz Edson Aleixo de Oliveira, diretor-executivo do Sipatesp, sindicato das indústrias do setor no Estado de São Paulo. Pelo segundo ano consecutivo, quem fabrica e vende cosméticos e produtos de higiene pessoal, tanto nas lojas quanto de porta em porta, não tem do que reclamar. Em 94, as vendas do setor somaram US$ 2,5 bilhões, com crescimento de 25% sobre o ano anterior. A média nos anos anteriores girava em torno de 12%. Oliveira diz que o salto é resultado do maior poder de compra das camadas da população de baixa renda. É que elas foram beneficiadas com a estabilização dos preços. "Basta dar um pouco de poder aquisitivo que esse mercado deslancha", afirma. Comparado com 94, o segmento que mais cresceu neste ano dentro do setor foi o de perfumaria (57%). Em seguida vêm os cosméticos (cremes para o corpo e rosto, maquiagem e tinturas para o cabelo), com 47%, e os produtos de higiene pessoal (sabonete, xampu, creme de barbear etc.), com 20%. "Nunca vendemos tanto", diz Antônio Carlos de Sousa, gerente de marketing da Layff Kosmetic. A empresa, de Uberaba (MG), fabrica xampus, desodorantes e cremes para cabelo da marca Skala e tem 95% dos produtos voltados para as camadas populares. Presente nos Estados do Nordeste, em Minas Gerais e no interior de São Paulo, a empresa acaba de desembarcar na capital paulista. Em 95, a companhia faturou US$ 25 milhões. Isso representa crescimento de 39% em relação a 94 e supera a taxa média do seu segmento. Investimentos A Jafra, empresa do grupo Gillette, que atua no segmento de cosméticos a domicílio, adotou linha semelhante. Julio Cuesta, gerente-geral da Skin Care, distribuidora exclusiva da marca no Brasil, diz que a empresa investiu mais de US$ 1 milhão na nova linha de produtos com embalagens que utilizam matérias-primas recicladas. "O que interessa é o produto", diz Cuesta. A distribuidora brasileira faturou neste ano US$ 9,5 milhões, 36% mais do que em 94. Para 96, a perspectiva é aumentar as vendas em 30% e ampliar em 50% os investimentos, diz o gerente. Em 95, a distribuidora brasileira gastou US$ 800 mil para divulgar a marca. O objetivo é disputar com as gigantes do setor (Avon e Natura) o mercado de tratamento de pele, que fatura entre US$ 1 bilhão e US$ 1,5 bilhão por ano no Brasil. A Natura, por exemplo, decidiu investir US$ 50 milhões na construção de uma nova fábrica de cosméticos que começa a funcionar a partir de 97. A Natura encerra 95 faturando US$ 650 milhões, 86% mais do que no ano anterior. E a perspectiva da empresa é crescer mais 20% no ano que vem. Próximo Texto: Esticando o prazo; Confiança alongada; Expectativa maior; Efeito da pressão; Ponto final; Vermelho previsto; Capital aumentado; Redação final; Boa ação; Boas maneiras Índice |
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