São Paulo, segunda-feira, 18 de dezembro de 1995 |
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Técnica triunfa em 'Exterminador 2'
INÁCIO ARAUJO
A única chance de salvação dos humanos está em um líder que, no momento em que se passa o filme, ainda está por nascer. Assim, o robô Arnold Schwarzenegger vem do futuro para matar a mãe. Ele não conseguia. Neste segundo filme, passado alguns anos depois, os humanos do futuro roubam um robô obsoleto -modelo Arnold- e o enviam ao presente com a missão de proteger o futuro salvador da espécie (que agora já nasceu e é um menino). Mas existem robôs mais avançados, e um deles é destacado para combater o robô Arnold e matar o menino. Existe aí, outra vez, uma fantasia alucinada e significativa: a hipótese do fim da espécie por conta do desenvolvimento tecnológico, a existência de um salvador na tradição messiânica de Moisés e Jesus Cristo. Coloca-se em jogo a tensão entre o homem e a técnica. O filme de James Cameron não é bobo, e conta com um magnífico arsenal de efeitos especiais, que atribuem à situação um realismo assombroso. Mas é esse realismo que impede a adesão total ao filme. O robô do mal é tão desenvolvido -em todos os sentidos- que três quartos do filme beiram a monotonia. Sabemos que os robôs se enfrentarão o tempo todo, e que o inimigo é virtualmente indestrutível. Todo o interesse do filme acaba um pouco limitado, assim, pelas trucagens. A fábula -em si muito boa- é afetada pela necessidade de o filme nos assombrar o tempo todo com novos e formidáveis efeitos. É uma insidiosa vitória da técnica sobre o homem, numa história que pretende mostrar, afinal, a vitória do homem sobre a técnica. (IA) Texto Anterior: CLIPE Próximo Texto: "Spartacus" é o anti-DeMille Índice |
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