São Paulo, segunda-feira, 18 de dezembro de 1995
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Neblina atrasa missão da Otan

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A neblina fria de Tuzla, no leste da Bósnia, atrasou ontem o vôo que levaria os primeiros soldados de combate da Otan para o país. Apenas um trem levou à Croácia uma tropa americana cuja função é lutar para manter a paz na região.
A Otan (a aliança militar ocidental) transferiu pelo menos um vôo de Tuzla para Sarajevo. O vôo chegou ontem, mas tinha apenas quatro soldados que vão estabelecer bases para tropas de combate.
A mudança de rota ocorreu porque meteorologistas prevêem que a neblina em Tuzla vá continuar até a próxima quinta-feira.
"Vamos tentar novamente amanhã (hoje)", disse o tenente-coronel Tim Thomas, responsável pelos vôos dos militares à Bósnia.
Cerca de 800 soldados americanos estão esperando na Itália melhoria nas condições climáticas de Tuzla para chegar à cidade.
ONU e Otan aprovaram na sexta-feira o envio de 60 mil soldados liderados pela aliança para implementar o acordo de paz.
O acordo termina três anos e meio de guerra entre os separatistas sérvios e o governo controlado pelos muçulmanos, que é apoiado pelos croatas do país.
Os soldados da Otan vão policiar as regiões controladas pelos sérvios (49% da Bósnia) e aquelas controladas pela federação muçulmano-croata (51%).
Cruzaram ontem a fronteira da Croácia por trem as primeiras tropas de combate a chegar na ex-Iugoslávia. São 103 americanos que vão instalar uma base em Zupanja, nordeste croata.
Ontem, o líder da oposição dos EUA, o senador republicano Bob Dole, disse que a missão da Otan na Bósnia deve fracassar. "É uma chance menor do que 50% de dar certo", disse. Ele apoiou o envio das tropas americanas.
Em Moscou, o chanceler russo, Andrei Kozirev, negou a informação do jornal britânico "The Sunday Times" de que o país teria oferecido asilo político ao comandante militar dos sérvios da Bósnia, Ratko Mladic.
Mladic é procurado pelo Tribunal da ONU para Crimes de Guerra na ex-Iugoslávia, na Holanda.
A oferta incluiria um convite para Mladic dar aulas numa academia militar. Kozirev afirmou que as palavras de um general russo foram distorcidas e que, mesmo assim, o general não poderia falar pelo país.

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