São Paulo, terça-feira, 19 de dezembro de 1995
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Nova obra de Maluf vira 'atropelódromo'

PATRICIA DECIA
DA REPORTAGEM LOCAL

A prefeitura reabriu o semáforo de pedestres no cruzamento da rua Mauá com a avenida Prestes Maia (centro), que estava desativado desde a inauguração da passagem subterrânea Tom Jobim, na sexta.
Um dos motivos foi o atropelamento de Rubens Marcelo de Oliveira, 30, no último sábado no local. No mesmo dia, duas outras pessoas foram atropeladas na Prestes Maia (veja quadro ao lado).
O cruzamento da rua Mauá com a Prestes Maia é um dos que mais registram atropelamentos na cidade. Em 94, foram 9 casos, só atrás da esquina de Brigadeiro Luiz Antônio com avenida Paulista (11 atropelamentos).
O cruzamento da rua Mauá serve aos usuários das estações de trem e metrô da Luz. Sem o semáforo, eles eram obrigados a caminhar até cerca de 500 metros até a rua Senador Queiróz, ou utilizar a passagem subterrânea do metrô, a 200 metros, que fecha às 22h.
Mesmo assim, muitos pedestres continuaram tentando atravessar no local, pulando uma barreira de concreto que dividia as pistas, o que aumentou muito o risco de atropelamentos.
O engenheiro Wagner Blanco, 44, que costuma passar pelo cruzamento, reclamou da falta de passagem para os pedestres. "Em vez de inaugurarem tudo junto, ficam soltando aos pedaços. Fatalmente que vai haver problema", afirmou.
A passagem subterrânea liga a Prestes Maia com o vale do Anhangabaú, eliminando o gargalo formado pelo semáforo da avenida com a Senador Queiróz e criando uma via expressa. No entanto, o projeto previu a construção de apenas uma passarela de pedestres, próximo à rua Carlos de Souza Nazaré.
"Imaginávamos que os pedestres utilizariam a passagem de metrô e resolvemos fazer um teste", disse o diretor de operações da CET, Nélson Maluf El Hage, 50.
A abertura do semáforo também prejudica o fluxo de trânsito que sai da passagem Tom Jobim. "Não é ideal o semáforo aberto, mas o prejuízo não é tão grande. Os carros ficam apenas 40 segundos parados", disse.
Ontem, 30 funcionários da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) estavam orientando os pedestres no semáforo. O trabalho continua por tempo indeterminado. "Eles vão ficar lá enquanto os pedestres não aprenderem", afirmou.

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