São Paulo, terça-feira, 19 de dezembro de 1995
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Balança deve ter déficit de US$ 3 bi em 95

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Até o final deste ano, as importações devem superar as exportações em pouco mais de US$ 3 bilhões, provocando déficit na balança comercial do governo.
Para 1996, a equipe econômica projeta um superávit (quando as exportações superam as importações) de US$ 3,6 bilhões.
As estimativas são do secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, José Roberto Mendonça de Barros, que divulgou ontem o quinto resultado positivo da balança comercial em 95.
Em novembro, registrou-se superávit de apenas US$ 15 milhões. As importações ficaram em US$ 4,033 bilhões e as exportações foram de US$ 4,048 bilhões. De janeiro a novembro deste ano, as importações superaram as exportações em US$ 3,106 bilhões.
Para dezembro, entretanto, é esperado déficit (resultado negativo, quando as importações superam as exportações). Segundo Mendonça de Barros, as importações devem se manter no mesmo patamar elevado de novembro -devido às compras de Natal- e as exportações devem se reduzir.
O secretário de Comércio Exterior, Maurício Cortes, disse que houve queda na média diária de exportações nos 11 primeiros dias de dezembro. Esse número, que foi de US$ 202,4 milhões em novembro, caiu para US$ 187,3 milhões nesse mês.
"É possível um novo déficit em dezembro. Mas o importante é a tendência do comércio exterior em 1996, quando se espera a volta de superávits", disse Mendonça.
A balança comercial começou a registrar resultados negativos a partir de novembro de 94. O déficit acumulado entre janeiro e junho chegou a US$ 4,267 bilhões.
Para reverter esses resultados, o governo tomou medidas de contenção às importações -como elevação do Imposto de Importação de carros e política de juros altos, que inibiu o consumo interno.
Em julho, a balança voltou a ser positiva -mas não foi possível compensar o déficit acumulado no primeiro semestre.
"Hoje, sabemos que é inevitável um déficit de pouco mais de US$ 3 bilhões neste ano. Mas ele já foi plenamente financiado", disse Mendonça de Barros, referindo-se à entrada no país de investimentos estrangeiros que compensariam a saída de dólares provocada pelas importações.
A equipe econômica estima que, em 1996, as exportações vão chegar a US$ 50 bilhões, contra uma estimativa de US$ 46,4 bilhões para as importações. Assim, o saldo anual seria positivo em US$ 3,6 bilhões.
A projeção é feita com base nos números da balança comercial de setembro, outubro e novembro. "As exportações seguem crescendo, acima do patamar de US$ 4 bilhões, e as importações estão sob controle", afirmou Mendonça.
O secretário considera que, além das importações e exportações, outros três fatores vão colaborar para o equilíbrio das contas externas em 1996.
Segundo ele, é esperada a queda dos juros internacionais, os investimentos de capital externo em produção devem aumentar e continuará o envio de dinheiro por brasileiros residentes no exterior.
Em 1995, os brasileiros residentes no exterior já enviaram US$ 4 bilhões. Metade desse dinheiro veio do Japão.

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