São Paulo, terça-feira, 19 de dezembro de 1995
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Catani deve depor sobre 'caso da fita' após o Natal

DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-árbitro Wilson Roberto Catani, principal envolvido no caso da "fita do suborno", deverá prestar depoimento na polícia na semana que vem.
A informação foi dada à Folha pelo promotor Antonio Alvarenga Neto, que acompanha o caso em nome do Ministério Público.
Numa conversa gravada com o jornalista Alexandre Reis, Catani narrou a existência de um suposto esquema para "fabricar" resultados e ajudar o Botafogo a se classificar à Série A-1 do Campeonato Paulista em 95.
Na fita, Catani diz possuir três cheques do presidente do Botafogo, Laerte Alves, que seriam o pagamento pela intermediação do suborno de árbitros que apitaram jogos do Botafogo pela Série A-2 neste ano.
Segundo o ex-árbitro, o Botafogo teria pago R$ 18 mil por resultados favoráveis em seis partidas.
Desde a divulgação do caso pela Folha, em 18 de outubro, tanto Catani quanto Alves sempre negaram o suposto esquema.
Catani diz que "brincou" durante a gravação e Alves nega que o conheça.
Uma foto feita pela Folha após a classificação do Botafogo, porém, mostra que Catani participou da festa de comemoração em Ribeirão Preto.
Ontem à tarde, Laerte Alves depôs na 2ª Delegacia da Divisão Policial de Comunicação Comunitária (DPCC).
Após o depoimento, Alves disse que já falara tudo sobre o caso. Acompanhado do seu advogado, Emílson Antunes, ele se negou a contar o que acabara de dizer ao delegado Silvio Tinti, que cuida do inquérito, e a Alvarenga Neto.
Também foi interrogado ontem Nélson César Giacomini, vice-presidente de finanças do Botafogo até o mês passado e que se desligou do clube após a reeleição de Laerte Alves.
Silvio Tinti e Antonio Alvarenga Neto disseram que não poderiam divulgar o teor dos depoimentos, em razão de o inquérito ser sigiloso.

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