São Paulo, sexta-feira, 22 de dezembro de 1995
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Vaticano já puniu freira

DA REPORTAGEM LOCAL

A freira e teóloga brasileira Ivone Gebara, 50, foi punida pelo Vaticano (sede da Igreja Católica) em julho deste ano por ter defendido, em entrevista, a descriminação e legalização do aborto.
A entrevista que gerou a punição foi publicada em outubro de 1993 pela revista "Veja". Na entrevista, Gebara disse que o aborto não era um pecado. Afirmou ainda que passou a defendê-lo a partir do convívio com mulheres pobres da periferia de Recife (PE), onde trabalhou.
Pela decisão do Vaticano, ele ficará até 1997 na Europa estudando teologia. Neste período, não poderá manifestar-se publicamente ou conceder entrevistas.
A punição partiu de duas congregações do Vaticano: a para os religiosos e a para a Doutrina da Fé.
A punição foi solicitada pela arquidiocese de Olinda e Recife e por bispos brasileiros, irritados com as declarações da freira e preocupados com a imagem da igreja, contrária ao aborto.
Um dos principais nomes entre os católicos que defendem os direitos das mulheres, Ivone se alinha com adeptos da Teologia da Libertação, corrente que procura estabelecer pontes entre a pregação de Jesus Cristo e as teorias socialistas.
Entre seus livros está "As incômodas filhas de Eva na igreja da América Latina".
Ivone pertence à Congregação Nossa Senhora-Cônegas de Santo Agostinho.

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