São Paulo, sexta-feira, 22 de dezembro de 1995
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Brasileiro assume presidência da Philips

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Marcos Antonio Magalhães, 49, é o novo presidente da Philips do Brasil. Ele deixa o cargo de diretor da divisão de componentes para assumir a nova posição no dia 1º de fevereiro, em substituição a Frans Sluiter, que vai comandar os negócios da companhia na Ásia.
Magalhães é o primeiro brasileiro a presidir a Philips -de origem holandesa- no Brasil. Desde que chegou no país -há 71 anos-, a empresa sempre manteve um holandês na presidência.
Uma das primeiras ações de Magalhães será a contratação do que ele chama de "novos talentos" -jovens que têm dois ou três anos de formados.
"Queremos eles em todos as áreas da Philips. A idéia é prepará-los para ter uma companhia sempre pronta para competir."
Recursos humanos
A Philips, diz ele, já investe cerca de US$ 5 milhões por ano em recursos humanos. "Vamos expandir esse valor. Considero a área de RH (recursos humanos) prioritária."
A idéia, continua ele, é ter cada vez mais convênios com universidades do exterior para capacitar os funcionários e também treiná-los em subsidiárias da Philips espalhadas pelo mundo.
A partir do ano que vem e até o ano 2000, a Philips do Brasil programa investimentos da ordem de US$ 600 milhões.
Magalhães não se acanha em dizer que boa parte desse dinheiro já está reservada para treinamento de executivos brasileiros para ocupar cargos importantes na companhia.
"Temos que estar prontos para os desafios da virada do século."
Faturamento
A Philips termina este ano com faturamento da ordem de US$ 1,5 bilhão, um crescimento de 30% sobre o ano passado. O lucro operacional deve somar US$ 130 milhões.
Para o seu primeiro ano no cargo de presidente da Philips, Magalhães espera ver a receita da companhia crescer entre 14% e 15%, e a produção, em torno de 20%.
Ele também quer ver consolidado o investimento de US$ 210 milhões no biênio 95/96 na fábrica de cinescópios (tubos de imagem) para televisores, instalada em São José dos Campos, interior de São Paulo, no eixo Rio-São Paulo.
Esta unidade terá capacidade para fazer 7 milhões de cinescópios por ano. Para isso está prevista a contratação de mais mil pessoas. "Estaremos prontos para atender à demanda do mercado nacional. Não é mais preciso importar."
Nordeste
Pernambucano, Magalhães não esconde que tem carinho especial pela fábrica da Philips que fica em Recife, cidade onde nasceu, se formou engenheiro eletrônico e entrou como funcionário na companhia holandesa.
É nesta unidade que a Philips está investindo US$ 50 milhões para o início da produção de componentes eletrônicos para exportação. Para isso, mais mil pessoas serão contratadas.
A Philips termina este ano com cerca de 11,5 mil empregados. Chegou a ter 23 mil empregados quando Sluiter assumiu a presidência da companhia no Brasil, em 1987. Foi ele o responsável pelo processo de reestruturação da empresa.

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