São Paulo, sábado, 23 de dezembro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Rio começa movimento para abrigar Jogos-2004
ANDRÉ FONTENELLE
Já foi escolhida a agência de publicidade (será a VS) e prevê-se um gasto de cerca de US$ 25 milhões com a campanha. Segundo Jorge Dalledonne, 51, secretário-geral do comitê Rio 2004, o presidente Fernando Henrique Cardoso deve defender no início do ano a candidatura carioca, em encontro com Juan Antonio Samaranch, presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional). Além disso, o comitê da candidatura pretende lançar em 20 de janeiro a campanha publicitária do Rio-2004. Será feita, ainda, uma pesquisa para medir a popularidade da candidatura entre os próprios cariocas. A cidade tem um pequeno atraso a recuperar até setembro de 97, quando o COI escolherá a sede: Cidade do Cabo (África do Sul) e Roma (Itália) são, atualmente, consideradas favoritas. Para Dalledonne, o fracasso da candidatura de Brasília a abrigar os Jogos do ano 2000 (leia texto nesta página) não será prejudicial. Diferentemente da candidatura brasiliense, explica, a do Rio tem maior envolvimento de dirigentes esportivos. Ele cita o apoio de João Havelange (presidente da Fifa, órgão máximo do futebol, e membro do COI) e afirma ter boas relações com as confederações esportivas. O comitê prevê que os Jogos no Rio custarão cerca de US$ 1,5 bilhão. "Mesmo pensando de modo conservador, imaginamos lucrar cerca de US$ 20 milhões", calcula Dalledonne. A maior parte dos recursos deverá vir da iniciativa privada. A mais de oito anos do evento, no entanto, esse cálculo tem valor relativo. O comitê de Atlanta, que previa lucro de US$ 16 milhões com os Jogos de 96, já ficará satisfeito se não tiver prejuízo. Dalledonne reconhece que o maior problema da candidatura carioca é a violência, que dá à cidade uma imagem negativa. Mas acredita que, até 2004, seja possível "mudar a mentalidade" dos cariocas, com a ajuda da própria candidatura olímpica. Outro problema é o sistema de transportes. "Isso é igual à psicanálise. Quando o cara descobre o problema, fica bom. O perigo é quando não sabe. Mas nós sabemos", acrescenta Dalledonne. Ele avalia as chances do Rio de vencer a disputa: "É difícil, mas temos muitas chances. Não porque os outros sejam bonzinhos, mas porque temos um projeto bom, um charme especial. O fato de que a América do Sul nunca teve os Jogos conta a nosso favor". Texto Anterior: Ponte chama Zenon, 40, para Paulista Próximo Texto: OS CANDIDATOS A 2004 Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |