São Paulo, quarta-feira, 27 de dezembro de 1995 |
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Grupo Queen volta em trabalho póstumo Arranjos bregas fazem de 'Made in Heaven' obra menor LUIZ ANTÔNIO RYFF
"Made in Heaven" foi gravado nos últimos meses de vida de Fred. Impressiona ouvir sua voz, em nada afetada pela doença. Isso faz com que o disco seja um pouco mais do que o caça-níqueis habitual que envolve o lançamento de material inédito de músicos falecidos. Em compensação, as letras de "Made in Heaven" falam em vida, amor, salvação, céu, recomeço. Uma viagem particular que a banda resolveu compartilhar com o resto da humanidade. Com a morte de Fred, a crítica musical passou a valorizar a obra do grupo. Em meio a essa onda revisionista, alguns foram condescendentes demais, vendo qualidade onde não havia -especificamente na produção dos anos 80. O mesmo aconteceu com "Made in Heaven", uma obra menor na produção do grupo se comparado a "A Night The Opera", "A Day At The Races" e "News of the World". "Made In Heaven" é de um otimismo tão grande que chega a enjoar. E não faz justiça às experimentações que marcaram o início da banda. "É um belo dia hoje, o sol está brilhando, me sinto bem, e ninguém vai me parar agora", canta Fred em "It's a Beautiful Day", primeira música do álbum que dá o tom do restante. Para emoldurar tanto otimismo, a banda forçou uma mão no uso de teclados e errou a outra nos arranjos vocais. Dá saudade da época em que o Queen se orgulhava de não usar sintetizadores. O melhor exemplo dessa tática equivocada é o funk branquelo de "You Don't Fool Me", um dos arranjos mais bregas já feitos pelo grupo. Mas o problema persiste em todo o disco. Brian May e Roger Taylor dividem os vocais em "Let me Live", com Fred. Uma bela música, mas que seria melhor se não tivesse o arranjo vocal introdutório. Há outras boas composições, como a empolgada "I Was Born to Love You", que se assemelha aos melhores momentos da banda na última década. Disco: Made In Heaven Artista: Queen Lançamento: EMI-Odeon Quanto: R$ 18 (o CD, em média) Texto Anterior: Não devemos dar ouvidos ao inimigo Próximo Texto: Osbourne retorna mais próximo dos anos 90 Índice |
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