São Paulo, quinta-feira, 28 de dezembro de 1995
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PSDB e PFL fazem esforço pela reeleição

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os partidos governistas têm pronta a estratégia para tentar aprovar no primeiro semestre de 96 a emenda da reeleição. PSDB e PFL vão propor, para facilitar a tramitação, que a emenda preveja a desincompatibilização do presidente do cargo (licenciamento) três meses antes das eleições.
A Folha apurou que as direções dos dois partidos avaliam que o licenciamento de Fernando Henrique Cardoso em julho, três meses antes do primeiro turno das eleições de 98, reduziria a resistência à tese, em especial no PMDB.
O líder do PMDB no Senado, Jáder Barbalho (PA), afirmou ser favorável à emenda da reeleição de FHC desde que esteja prevista a desincompatibilização do cargo.
A proposta reforça a adesão do PFL. Afinal, o pefelista e vice Marco Maciel assumiria o cargo com o licenciamento de FHC.
Um dos principais defensores dessa solução é o líder do PSDB no Senado, Sérgio Machado (CE). Ele usa o argumento de que "a cultura" brasileira assimilaria melhor a candidatura de um presidente licenciado.
Para que o Congresso comece a discutir a reeleição de FHC em março, o Palácio do Planalto conta com o esforço do presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), para votar até o final de fevereiro as propostas de reformas constitucionais (administrativa e previdenciária) e a prorrogação por mais um ano do atual FSE (Fundo Social de Emergência), rebatizado Fundo de Estabilização Fiscal.
A Folha apurou que o principal articulador de FHC da emenda da reeleição, o ministro das Comunicações, Sérgio Motta, considera essencial votar esse assunto ainda no primeiro semestre de 96.
A estratégia do PSDB é tentar votar essa emenda antes das eleições municipais. A partir de julho, avalia-se que os parlamentares estarão voltados para as campanhas.
A direção dos tucanos também considera que após a realização do pleito, o governo encontraria maior oposição no Congresso. O resultado da disputa eleitoral funcionaria como uma prévia das eleições posteriores e consolidará ainda mais as disputas em cada partido entre os candidatos a uma legenda para concorrer ao Planalto.

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