São Paulo, quinta-feira, 28 de dezembro de 1995
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Relatório da OAB aponta 30 mortes sem solução na região de fronteira

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

Trinta pessoas foram "exterminadas" neste ano na fronteira com o Paraguai, no Mato Grosso do Sul, sem que a polícia tenha encontrado pistas dos criminosos.
A informação consta do relatório de 1995 da Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) no Estado. O relatório foi divulgado ontem em Campo Grande (MS).
Segundo Ricardo Brandão, presidente da comissão, as circunstâncias dos assassinatos na fronteira constituem uma "modalidade nova de violência".
"Todos os casos têm algo em comum. Antes de morrer, as vítimas, de alguma forma, tiveram contato com a polícia. As famílias acusam o GOF (Grupo de Operações de Fronteira, da Polícia Civil) de matar as pessoas", disse.
O secretário estadual de Segurança Pública, Joaquim D'Assunção, concorda que as execuções se tornaram mais frequentes em 95, mas nega que policiais sejam responsáveis pelos crimes. "Quem mata são as quadrilhas organizadas do narcotráfico e do contrabando de armas. Elas ficam do lado paraguaio, e quase nada podemos fazer".
O relatório aponta ainda violação dos direitos humanos na área rural. Dez mil pessoas estariam vivendo em acampamentos de lona no Estado e outras 26 mil em assentamentos.

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