São Paulo, quinta-feira, 28 de dezembro de 1995
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Restauração devolve cores a obra de Klimt

ELVIS CESAR BONASSA
DA REPORTAGEM LOCAL

O quadro "O Chapéu Violeta", de Gustav Klimt, recém-restaurado, é uma das principais peças da coleção "Viena em 1900 e Moderno Clássico", no castelo Belvedere, em Viena.
No último mês de outubro, foi reaberta a ala leste do castelo, que se encontrava em reforma, com sete salas para abrigar a exposição. Até o final do ano que vem, o castelo estará totalmente reformado.
"O Chapéu Violeta" já tinha passado por duas restaurações anteriores, uma delas desastrosa: em 1977, recebeu uma camada de resina protetora.
O processo com resina alterou as cores do quadro e o chapéu, de violeta, passou para azul. O mesmo aconteceu com o véu usado pela mulher retratada no quadro.
Com a alteração das cores, não dava mais para chamar a obra de "O Chapéu Violeta". A cena havia se tornado uma paisagem noturna, com uma mulher em primeiro plano.
Com a nova restauração, as cores originais foram readquiridas. O clima noturno, devido ao escurecimento da restauração anterior, desapareceu. O chapéu e o véu voltaram à sua tonalidade violeta e, com as cores, voltou o nome.
A segunda sala, para suas obras tardias, tem "Adele Bloch-Bauer II, "Adão e Eva" e o próprio "O Chapéu Violeta". Na terceira sala, ficam as paisagens.
A exposição reúne ainda quadros e esculturas de outros artistas de Viena da virada do século. Podem ser vistos "A Morte e a Menina" e "Mãe Com Duas Crianças", do expressionista radical Egon Schiele. Há ainda quadros de Oskar Kokoschka e Gerstl.
Um dos objetivos do acervo de Belvedere é confrontar a arte austríaca com o que se fazia no resto da Europa.
Para isso, estão expostas, ao lado das austríacas, obras de Vincent Van Gogh ("Planície de Auvers") e dos impressionista alemães Max Liebermann, Max Slevogt e Lovis Corinth, entre outros.

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