São Paulo, quinta-feira, 28 de dezembro de 1995
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Israel e Síria retomam negociações de paz

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Israel e Síria retomaram ontem negociações de paz interrompidas desde junho. Os dois lados demonstram otimismo sem precedente.
As conversas estão se realizando numa propriedade chamada Wye Plantation, pertencente ao Instituto Aspen, entidade formada por intelectuais com o objetivo de estudar problemas internacionais.
A Wye Plantation fica à beira do rio East Wye, imediações da pequena cidade de Queenstown, Estado de Maryland, 80 km a leste de Washington.
Os dez negociadores -três sírios, três israelenses e quatro norte-americanos- vão ocupar a River House, um palacete colonial com 26 quartos, à distância de jornalistas e pressões externas.
A fórmula de isolar participantes de conferências de paz foi usada com êxito no mês passado numa base aérea em de Dayton, onde representantes da Bósnia, Croácia, Sérvia e EUA fecharam acordo para a ex-Iugoslávia.
Antes do início das reuniões, os líderes das delegações síria, o embaixador em Washington, Walid al-Moualem, e israelense, Uri Savir, do Ministério das Relações Exteriores, se disseram otimistas.
Há indícios de que o presidente sírio, Hafez Assad, está empenhado em chegar a um entendimento com Israel. Para o primeiro-ministro israelense, Shimon Peres, o acordo com a Síria é essencial para legitimar seu governo.
O presidente dos EUA, Bill Clinton, às vésperas de um ano eleitoral, também tem todo o interesse no sucesso das conversações.
O ponto principal em discussão é o futuro das colinas do Golã, tomadas da Síria por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Israel usou a estratégia de trocar territórios ocupados para conseguir a paz com o Egito, a Jordânia e os palestinos.
Mas o Golã é considerado o mais sensível de todos os territórios ocupados em 1967 para a segurança nacional de Israel.
Os negociadores dos dois lados disseram ontem que "fórmulas criativas" serão usadas para resolver o impasse.
O chefe da delegação dos EUA, Dennis Ross, se recusou a comentar a possibilidade de seu país enviar tropas para o Golã com o objetivo de assegurar o cumprimento de eventual acordo a que se chegue em Queenstown.

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