São Paulo, sexta-feira, 29 de dezembro de 1995 |
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FHC ocupa hoje a TV e fala como líder mundial
EMANUEL NERI
"O Brasil passou a ser mais ouvido e respeitado no mundo inteiro". A frase encerra o documentário de quatro minutos que antecede a fala de FHC. Imagens de líderes estrangeiros aparecem em seguida cumprimentando FHC. Um deles é o presidente norte-americano Bill Clinton, que aparece aplaudindo FHC nos jardins da Casa Branca, em Washington. A imagem é da visita que o brasileiro fez aos EUA em abril passado. Marketing O marketing externo de FHC vem sendo trabalhado desde o primeiro dia de seu governo. Suas ambições políticas ultrapassam as fronteiras do país. O presidente quer se tornar um líder mundial. A face mais evidente da tentativa de projeção externa é o envio de tropas de paz brasileiras para Angola. O objetivo principal é conseguir uma vaga permanente para o Brasil no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). É a primeira vez que as ambições externas de FHC são mostradas em um programa oficial de TV. Desde que assumiu, em janeiro deste ano, o presidente fez 14 viagens externas -foram 68 dias fora do país. A mensagem de hoje foi dividida em duas partes. A primeira é um documentário dos 12 meses do governo. A segunda é a fala do presidente, de seis minutos. O programa foi tratado com o máximo de profissionalismo. Para dirigir a gravação da fala de FHC, a assessoria do Planalto convidou o diretor de telenovela Walter Avancini, que trabalha para as TVs Educativa (Rio) e Manchete. Foram tomados todos os cuidados para que a imagem de fim de ano do presidente transmita otimismo. Avancini se preocupou até com a cor do terno e da gravata que FHC vai aparecer na TV. Sala de visitas Os números ficam por conta do documentário que antecede a fala presidencial. Apesar do estilo coloquial, FHC vai criticar adversários e dizer que as previsões pessimistas sobre seu governo não se concretizaram. O documentário da mensagem de FHC foi feito pela DM-9, a mesma produtora que fez sua campanha eleitoral. O filme faz um resumo de tudo o que FHC considera realização de seu governo. A começar pelas 40 mil famílias de trabalhadores rurais que FHC diz ter assentado -líderes do movimento dos sem-terra falam em 15 mil. Dá ênfase também a investimentos na área da saúde. Com imagens de feiras e supermercados, o filme vai mostrar que o preço da comida está mais baixo. Afirma, por exemplo, que o consumo per capita da carne chegou a 12 quilos-ano, superior ao do Plano Cruzado, em 1986. O documentário também faz balanço do Plano Real, principal bandeira de FHC desde sua campanha eleitoral. Como em mensagens anteriores, vai dizer que há estabilidade na economia, moeda forte e crescimento econômico. Texto Anterior: Visão dos fatos Próximo Texto: Presidente vai a quatro ilhas Índice |
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