São Paulo, sexta-feira, 29 de dezembro de 1995
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Fundos DI lideram as aplicações em 95

GABRIEL J. DE CARVALHO
DA REDAÇÃO

Os fundos de investimento que carregam CDI (Certificado de Depósito Interbancário) lideraram as aplicações em 95, ano em que o pior desempenho coube à Bolsa.
A rentabilidade líquida dos fundos DI alcançou 46,64%, em média, com ganho real de 26,96% sobre a inflação medida pelo IGP da Fundação Getúlio Vargas, estimada por Eduardo Santalúcia, gerente do Banco de Investimentos Sudameris, em 15,50% para todo o ano. O IGP-M marcou 15,25%.
Se a comparação for o IPC da Fipe, outro parâmetro de inflação, o ganho real fica em 19,22%. Este índice deve fechar 95 em 23%.
O CDI, juro dos empréstimos de banco para banco, portanto bruto, acumulou 53,21% no ano.
O CDB de grande investidor deu em torno de 45% líquidos, mas Santalúcia lembra que, no cálculo dos fundos, o imposto foi calculado num resgate hipotético ao final do ano. O CDB é renovado mensalmente e o investidor reaplica o líquido.
Todas as aplicações que rendem juros tiveram ganho real sobre a inflação, inclusive as de curto prazo. O FAF rendeu 28,99% líquidos, com juro real de 11,68%.
A poupança -isenta de impostos- fica numa posição intermediária, com 39,74%. Um ganho de 20,98% sobre o IGP estimado.
Só agora, diz Santalúcia, os investidores começam a raciocinar em termos reais, ou seja, contabilizar o rendimento que supera a inflação. Antes, quando a inflação até superava a poupança, o que impressionava era o rendimento nominal. Enorme, mas ilusório.
Como 95 foi o ano dos juros, principalmente a partir do segundo trimestre, com a guinada da política monetária, as vítimas foram os ativos reais, como as ações.
O Índice Bovespa -que mede a evolução dos papéis mais negociados no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo, principalmente de estatais, como Telebrás- fecha 95 abaixo do final de 94. A queda nominal do índice foi de 1,26%.
Santalúcia afirma que em 96 os juros continuarão na tendência de queda gradual, como apontava ontem o mercado futuro da BM&F, onde operadores fizeram a tradicional festa de fim de ano.
O dólar comercial variou 14,91% no ano, próximo ao IGP. Para 96, o mercado se divide entre desvalorização do real entre 9% e 20%. Mas a maioria aposta que no final de 96 o dólar estará entre R$ 1,04 e R$ 1,08. Ontem, o "black" era vendido a R$ 1,00 em São Paulo, mas essas pressões são típicas de virada de ano.

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