São Paulo, sexta-feira, 29 de dezembro de 1995
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Síria e Israel encerram 1ª fase de negociação

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Apesar da escassez de informações sobre o desenvolvimento das reuniões entre Síria e Israel, todos os indícios são de que elas estão evoluindo de forma positiva.
Os dez diplomatas isolados numa antiga fazenda próxima da cidade de Queenstown, 80 km a leste de Washington, não têm contatos com jornalistas, mas a Embaixada de Israel tem divulgado alguns detalhes dos encontros.
Sabe-se, por exemplo, que as três delegações (Síria, Israel e EUA) têm feito todas as refeições do dia em conjunto e que ontem elas se dividiram em dois grupos, com representantes dos três países em ambos.
Um dos grupos se dedicou apenas à análise de problemas legais do eventual acordo de paz. O outro tratou de todos os demais assuntos. O clima nas reuniões foi descrito pela embaixada israelense como "positivo".
A primeira rodada da conferência termina hoje. A segunda fase começa na terça-feira que vem. No dia 10 de janeiro, o secretário de Estado Warren Christopher viaja a Tel Aviv e Damasco.
Não se espera nenhum resultado definitivo até a viagem de Christopher ao Oriente Médio. A forma geral do acordo é a devolução por Israel à Síria do território das colinas do Golã, conquistados em 1967, em troca da paz.
Mas Israel quer manter algum tipo de presença nas colinas, de onde seus militares têm monitorado há 28 anos o movimento de tanques sírios. Uma possibilidade é a instalação de equipamentos de observação no Golã.
O diário oficial sírio, que tem sido muito otimista em suas reportagens e comentários sobre a reunião de Queenstown, afirmou ontem que "Israel não deve procurar privilégios que ameacem a soberania síria".
Síria e Israel mantiveram conversações periódicas em Washington durante quatro anos até que, em junho passado, os sírios abandonaram as reuniões por tempo indeterminado.
Após o assassinato do premiê israelense Yitzhak Rabin, o presidente sírio, Hafez Assad, deu sinais de que estava disposto a voltar a conversar, de maneira mais positiva o que antes, sobre a paz com Israel.

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