São Paulo, domingo, 31 de dezembro de 1995
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Maioria teme perder poder de compra

CLÓVIS ROSSI
DA REPORTAGEM LOCAL

Em contraste com a aprovação majoritária ao Plano Real, uma forte maioria dos pesquisados (70%) é pessimista em relação ao seu poder de compra.
Os mais pessimistas (32%) acreditam que vão poder comprar menos nos próximos meses, enquanto uma maioria relativa (38%) acha que seu poder de compra não vai se alterar. Só 25% crêem que seu poder aquisitivo vai melhorar.
É razoável supor que a expectativa relativamente pessimista se deva ao temor do desemprego: 58% acreditam que o desemprego vai aumentar e só 17% acham que vai diminuir. Outros 20% dizem que ficará como está.
É importante notar que a crise que levaria ao impeachment de Collor só ganharia ímpeto em maio, dois meses após a pesquisa.
Na comparação entre a avaliação de FHC e de dois outros de seus antecessores (Itamar e Sarney), o dado a ressaltar é um melhor desempenho de Sarney entre os pesquisados de renda mais baixa (até dez mínimos).
Para os de renda elevada (acima de 20 mínimos), FHC está sendo melhor do que Sarney para 59%, mas, entre os renda mais baixa, são apenas 47% os que o consideram melhor e 45% os que acham que é igual (22%) ou pior (23%).
Um empate estatístico relevante do ponto de vista político, por duas razões:
1 - Sarney é candidato presidencial em 1998 e é essa faixa de eleitores que costuma decidir os pleitos, por ser a mais numerosa.
2 - O governo FHC elegeu o ex-presidente como o seu principal adversário, conforme relato obtido pela Folha do almoço oferecido terça-feira pelo presidente a cinco governadores.
A pesquisa mostra também dados aparentemente contraditórios, na comparação Sarney/FHC entre pesquisados que manifestam simpatia por partidos políticos.
Sarney supera FHC entre os simpatizantes do PT, PDT e PPB. E perde nos demais partidos (PMDB, PFL, PSDB e PTB).
No caso dos simpatizantes do PT, que fez dura oposição a Sarney na Presidência, a vantagem é grande: 55% acham o desempenho de Sarney melhor (34%) ou igual (21%) ao de FHC, contra 41% que consideram-no pior.
(CR)

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