São Paulo, domingo, 31 de dezembro de 1995
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O futuro do futuro é festival multimídia

MARIA ERCILIA

A Internet em breve deixará de ter fama de caótica e difícil de navegar. Desde que virou moda e entrou na lista de prioridades de empresas e consumidores, não param de surgir novos programas que transformam a rede num festival multimídia.
A explosão da World Wide Web nos últimos três anos alavancou as mudanças na rede. Ela permite o acesso a uma interface gráfica em que o usuário se desloca pelas páginas de informação com um simples clique do mouse.
A Web forneceu uma plataforma para programas mais sofisticados e fáceis de usar. Hoje é possível fazer ligações telefônicas pela Internet, transmitir som, animações, filmes. Surgem também programas para fabricar ambientes em três dimensões.
Com as novas possibilidades, aparecem novos problemas: as empresas de telefonia, por exemplo, preocupam-se com a facilidade de se falar ao telefone pela Internet ao preço de uma ligação local. Outra questão importante é a capacidade de transmissão: quanto mais se transmite som e imagem, mais se sobrecarrega a rede. Ela precisa crescer rápido para aguentar o tráfego.
Alguns analistas prevêem um cenário em que as companhias telefônicas passam a "ocupar" trechos da Internet e negam acordos de tráfego a empresas pequenas, fazendo ressurgir na rede seu modelo de serviço caro e tarifado de acordo com a distância.
Outro cenário, mais otimista, prevê o inverso. O modelo da Internet, com preço único para conexões a qualquer distância, "contaminaria" o tarifamento do serviço telefônico em geral.
Tudo isso deve demorar. Nos EUA, pouco mais de 5% da população está conectada à Internet.
Mas o mais provável é que a Internet desapareça. As redes de dados, telefonia e voz podem se tornar cada vez mais integradas, ao ponto de não se distinguir mais um serviço do outro e usá-los com a naturalidade com que hoje se dá um telefonema.

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