São Paulo, domingo, 31 de dezembro de 1995 |
Texto Anterior |
Índice
Série da Cultura acena para TV educativa sem chatice
ELVIS CESAR BONASSA
"O Povo Brasileiro", de Darcy Ribeiro, "Casa Grande & Senzala", de Gilberto Freyre, e "Os Sertões", de Euclides da Cunha, viraram programas de cerca de uma hora que, se ficaram longe de dar conta da complexidade dos textos, podem servir para estimular a leitura dos livros. Mais do que isso, a série precisa ser pensada à luz da multimídia. O CD-Rom e a tela de computador não vão substituir o livro, mas as transposições serão inevitáveis. Os vídeos da Cultura são bons exemplos da transposição possível. Um narrador alinhavou as sequências de imagens com a leitura de pequenos trechos dos livros. No caso de Ribeiro e Freyre, os próprios autores deram depoimentos sobre a constituição de suas obras. Mistura de making of com traileres dos livros, os vídeos não se preocuparam em estabelecer todas as tramas teóricas desses textos, já clássicos. A opção foi selecionar informações e conduzi-las com o apoio de imagens de índios, negros, sertanejos, tribos, lavouras, caatingas. Imagens e vozes. No vídeo "O Povo Brasileiro", índios compareceram para falar sobre a destruição de sua cultura, a resistência contra a avalanche aculturadora. Em "Casa Grande & Senzala", negros deram seus depoimentos sobre o passado da etnia e sua vida presente. A Rede Cultura promete, para 96, outros episódios da série. Se mantiverem a qualidade dos já realizados, estarão bem próximos de uma concepção moderna de TV educativa. Sem chatice. Texto Anterior: O reino animalzinho Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |