São Paulo, quinta-feira, 2 de fevereiro de 1995
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Novo Congresso não dá maioria a FHC

JOSIAS DE SOUZA
DIRETOR-EXECUTIVO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O novo Congresso, instalado ontem numa atmosfera festiva, não oferecerá a Fernando Henrique Cardoso maioria automática. O presidente terá de negociar cada ponto das propostas de reforma constitucional que remeterá aos congressistas a partir do dia 15.
Na ponta do lápis, o governo contabiliza como votos certos cerca de 340 dos 594 deputados e senadores. A conta indica que o Planalto tem um passivo de 17 votos.
O governo precisa de, no mínimo, 357 votos para aprovar uma emenda constitucional. Para enfrentar as votações sem surpresas, FHC teria de dispor de 400 votos. Isso o protegeria de ausências e traições de última hora.
O presidente tentará cobrir o déficit de votos com uma estratégia a ser deflagrada nos próximos dias. Planeja intensificar os contatos com parlamentares e distribuir os cargos de segundo escalão.
Depois de empossados, os senadores confirmaram ontem o nome de José Sarney (PMDB-AP), como novo presidente do Congresso. À época em que foi presidente da República, Sarney disse que a nova Constituição tornaria o país "ingovernável". Foi criticado pelo então senador Fernando Henrique.
No novo posto, caberá ao senador Sarney presidir as votações das propostas com as quais o presidente FHC deseja reescrever parte do trabalho dos constituintes de 88.
O deputado Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), será conduzido hoje à presidência da Câmara. Filho do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), uma das novidades do novo Senado, é outro crítico da atual Carta.

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