São Paulo, quinta-feira, 2 de fevereiro de 1995
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Morre 28ª vítima de desabamento no PR

MÔNICA SANTANNA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Morreu ontem em Curitiba a 28ª vítima do desabamento do edifício Atlântico, em Guaratuba (PR).
Margarete Moscha Torres era nora do engenheiro Ney Baptista Torres, responsável pela construção do edifício.
Ontem, Torres divulgou uma nota oficial comentando o acidente (leia texto ao lado).
Margarete era casada com César Torres, um dos filhos do engenheiro. Ela morreu às 4h de ontem no hospital Evangélico, onde estava internada em estado grave.
Segundo laudo divulgado pelo IML (Instituto Médico Legal), Margarete morreu devido a lesões graves no crânio.
Margarete foi enterrada ontem no cemitério Parque Iguaçu ao lado dos filhos Bruna, 8, e Guilherme, 3, mortos também no desabamento do edifício, ocorrido no sábado passado.
Flávia Moscha Torres, 11, foi a única da família que sobreviveu ao acidente. Ela estava no apartamento com a mãe e os dois irmãos quando o prédio desabou. César Torres não estava no local.
Seis peritos do Instituto de Criminalística do Paraná estiveram ontem novamente no terreno onde existia o edifício.
Eles recolheram pedaços da fundação e amostras do solo, que serão analisados no laboratório da UFPR (Universidade Federal do Paraná).
Uma equipe fez também a sondagem eletrônica do terreno para verificar cada camada do solo, identificando tipo, resistência e possibilidade de existência de um lençol freático.
O diretor do Instituto de Criminalística, Antônio Edison Vaz de Siqueira, disse ontem que não serão divulgados laudos isolados de cada trabalho.
"Esse tipo de perícia é demorado e o parecer final será dado por um grupo de engenheiros", afirmou Siqueira. Segundo ele, o laudo final deve ser divulgado dentro de um mês.
Siqueira aguarda ainda projetos estruturais e de execução da obra para analisar a compatibilidade dos cálculos com o prédio pronto.
Os projetos são assinados por Torres e até ontem não haviam sido encaminhados ao instituto e nem ao delegado Valmir Soccio, que preside o inquérito policial.
O procurador Hélio Lewin disse ontem que Torres poderia ter evitado o acidente porque já tinha sido comunicado pelos moradores sobre as rachaduras existentes nos apartamentos.
Segundo Lewin, pouco antes do acidente César Torres também teria sugerido ao pai que evacuasse o prédio.
Lewin era um dos moradores do edifício Atlântico e conseguiu escapar do acidente junto com sua mulher e dois filhos.

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